“Mulher tem que ser ajudadora do esposo”, diz Michelle Bolsonaro

Escalada pela campanha do presidente Jair Bolsonaro para tentar amenizar a imagem do candidato à reeleição com o público feminino, a primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, que a mulher tem que ser “ajudadora do esposo”, pois são elas que os aguentam.

“Aqui tem um homem talvez um pouco mais técnico, mas aqui tem uma mulher espiritual. Então, eu acho que se completa, né? Tem que ser assim, né, minhas amadas? A mulher ajudadora do esposo, não é isso? É a gente que aguenta, né?”, afirmou Michelle, para um público formado majoritariamente por mulheres.

Bolsonaro, que enfrenta 55% de rejeição entre o eleitorado feminino, maioria no país, afirmou na sequência que muitas vezes “temos um tesouro dentro de casa e não damos valor”:

“Muitas vezes nós temos um tesouro dentro de casa e não damos valor para quem está do nosso lado. Eu agradeço a Deus por ter colocado a Michelle na minha vida”.

A equipe de campanha de Bolsonaro tenta desde o início da corrida eleitoral reduzir a rejeição do presidente entre as mulheres. Lula, seu principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto, é rejeitado por 36% das eleitoras, segundo o levantamento mais recente. Entre as estratégias para cativar essa parcela da população está intensificar as aparições da primeira-dama.

Mais cedo, em comício na mesma cidade, Bolsonaro fez novo aceno às mulheres e afirmou que elas estão em “primeiro lugar em qualquer planejamento de governo”. O presidente também disse que, mais que “carinho”, sua gestão teve um “trabalho muito especial” para esta parcela da população. Michelle não participou desta agenda.

“Nós temos um carinho todo especial para com a mulher brasileira. Desses 400 mil títulos, 80% deles foram destinados às mulheres. As mulheres estão em primeiro lugar em qualquer planejamento de governo. Somente no Auxílio Brasil são 20 milhões de famílias que recebem. Desses 20 milhões, 80% estão em nomes das mulheres. Nós temos mais que um carinho, um trabalho muito especial para as mulheres do nosso Brasil”, afirmou.

Durante o comício, o locutor chegou a rebater as afirmações de que Bolsonaro é rejeitado pelas mulheres e convocou as eleitoras que estavam presentes na plateia:

“Eles dizem que Bolsonaro é agressor de mulher… Cadê as mulheres de Natal? Se fosse verdade elas não vinham”.

Bolsonaro já argumentou que a rejeição entre o eleitorado feminino é “narrativa” da oposição e que as mulheres não estão “entrando na pilha”.

“Isso que eu não gosto de mulher é uma narrativa, nada mais além disso. E as mulheres não estão entrando nessa pilha da oposição, nessa pilha da esquerda”, pontuou em entrevista ao apresentador Ratinho, do SBT, nesta terça-feira.

Com informações do Extra.