‘Momento é ruim para privatizar a Petrobras’, diz Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (12) que a proposta de privatização da Petrobras ocorre em um momento inadequado. “O momento é muito ruim para isso”, disse, após reunião com secretários da Fazenda de alguns estados para discutir possíveis soluções para conter o aumento constante no preço dos combustíveis.


Pacheco ressaltou que o país vive um difícil momento de contenção de problemas e necessidade de estabilidade, além de dificuldade de valorização de ativos, de modo que a privatização da Petrobras pode ser estudada, mas não será uma decisão tomada rapidamente.

“Vai demandar muito diálogo, participação da sociedade civil, de todas as instâncias, porque a Petrobras é um ativo nacional. “Muito embora estejamos vivendo um momento agudo de crise em relação aos combustíveis — e fica essa dicotomia desse lucro desproporcional da Petrobras frente a outras companhias do mundo —, temos que reconhecer que é um ativo nacional, que precisa ser valorizada. Mas é adequado pensar também que ela deva contribuir para a solução do preço dos combustíveis”, frisou.

A declaração do presidente vai na contramão do que tem dito o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. Na última quarta-feira (11), ele afirmou que privatizar a Petrobras é uma prioridade no momento. “Ainda como parte de meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras”, afirmou.

Nesta quinta-feira, no primeiro ato como ministro, Sachsida entregou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um documento em que solicita formalmente a realização de estudos para a desestatização da Petrobras e do PPSA (Pré-Sal Petróleo). “É a libertação do povo brasileiro contra os monopólios”, ressaltou.

Ainda nesta quinta-feira (12), Pacheco e os secretários da Fazenda cobraram uma participação maior da Petrobras nas discussões e medidas para conter o preço dos combustíveis, citando a política de preços da estatal. O presidente do Senado disse que não há “vilão nem mocinho” na história, reconhece a atuação da União e dos estados, mas disse que a Petrobras tem dividendos “estratosféricos” que podem ser revertidos para a sociedade.

Nesse caso, há um projeto aprovado no Senado e que está parado na Câmara que prevê uma conta de estabilização para conter a oscilação do preço do petróleo que propõe usar os dividendos da Petrobras para a estabilização. Com informações do R7.