
Um movimento que amplia a presença militar russa na fronteira oriental da Europa foi confirmado nesta semana: o governo de Belarus informou que o míssil hipersônico Oreshnik está implantado em seu território. Revelado pela Rússia em 2024 e descrito como capaz de carregar ogivas nucleares, o armamento passou a fazer parte do arsenal de um aliado próximo de Moscou. A decisão acompanha a promessa de Vladimir Putin de manter o Oreshnik em solo aliado até o fim de 2025, fortalecendo a postura de dissuasão junto à OTAN. Belarus, vizinha de Polônia, Letônia e Lituânia, eleva o peso estratégico da decisão para a segurança europeia.
O que é o Oreshnik e como funciona
O Oreshnik é apresentado pela Rússia como um míssil hipersônico capaz de alcançar velocidades superiores a Mach 5 e de transportar ogivas nucleares. A implantação em Belarus aproxima o sistema de alvos na região báltica e na fronteira com a OTAN. Analistas destacam que a velocidade, a manobrabilidade e a dificuldade de interceptação tornam o armamento um desafio para as defesas atuais da aliança.
Impacto para a OTAN e o equilíbrio regional
Para a OTAN, a decisão de abrigar o Oreshnik em Belarus sinaliza uma mudança na postura de dissuasão na linha de frente com a Rússia. Especialistas ressaltam que a presença do sistema em solo aliado aumenta a pressão sobre países bálticos e sobre a Polônia, levando a revisões de planos de defesa e de capacidades de interceptação. O anúncio coincide com exercícios militares conjuntos programados para 2025 na região leste, o que eleva as tensões diplomáticas e o nível de alerta entre os membros da aliança.
Contexto histórico e próximos passos
Belarus tem sido um elo estratégico de Moscou desde o início da guerra na Ucrânia, servindo como base para operações russas na região desde 2022. Em 2023, a Rússia já havia deslocado armas nucleares táticas para o território bielorrusso. O novo anúncio amplia as questões sobre a estabilidade regional e impõe uma vigilância mais rígida por parte da OTAN e de Minsk. Autoridades russas e de Belarus não divulgaram detalhes operacionais, mantendo sob sigilo informações como trajetórias, alcance exato e cargas, o que dificulta avaliações públicas sobre capacidades específicas.





