No último dia 18, o diretor da Escola Municipal Getúlio Vargas, Paulo Henrique Nogueira, recebeu uma intimação para depor à Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre uma notícia-crime enviada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). A pasta informou que os alunos estavam sendo expostos a “conceitos comunistas”. As informações são do colunista do UOL Chico Alves.
De acordo com o ministério, os professores da escola estavam “induzindo sua ideologia política, além de pregar ensinamentos de ideologias de gênero”.
Ao portal, o professor de história da escola, Marcelo Klein, disse que “a denúncia distorce o conteúdo que é ensinado sobre materialismo científico e sobre sexualidade. Isso faz parte do currículo das áreas de Humanas e Ciências da Natureza”.
O documento do MMFDH enviado à polícia é baseado em um relato anônimo. “O denunciante informa que a Escola Municipal Getúlio Vargas está expondo os adolescentes aos conceitos comunistas, induzindo sua ideologia política. Além de também pregar ensinamentos de ideologia de gênero. O denunciante alega que a responsabilidade de direcionar a conduta dos jovens pertence unicamente aos pais e não à escola”, disse o texto.
A Prefeitura de Resende informou que o diretor compareceu à Delegacia da Polícia Civil e informou “ao delegado que a denúncia não procede”.
Para o professor Klein, essa notícia-crime parte de uma premissa equivocada. “Nossa ideia é levar ao aluno o que a ciência produz e deve ser compartilhado com todos. O pensamento marxista é um dos pensamentos que a gente trabalha, ao lado do pensamento liberal. Trabalhamos a experiência da União Soviética, assim como as experiências do capitalismo na Inglaterra e nos Estados Unidos.” Com informações da Istoé.