Médico de Rodrigo Mussi diz que é preciso esperar seis meses para descartar qualquer sequela neurológica

Em nova fase do tratamento, Rodrigo Mussi está mais ativo, feliz, se movimentando pelo quarto e fazendo já os exercícios, como informou o irmão do empresário. Médicos analisam que a fase mais crítica já passou e, agora, vem uma nova etapa de tratamento com fonoaudiólogo, fisioterapia e exercícios neurológicos.

— Rodrigo saiu da fase crítica e agora vai para a parte da reabilitação, em que vai precisar de uma equipe multiprofissional. Ele vai precisar fazer um segmento com fisioterapia, onde fará uma reabilitação motora. E, em algum momento, vai precisar da terapia ocupacional, que ajuda na readaptação às atividades cotidianas — diz Paulo Tierno, médico intensivista que trabalhou por nove anos na UTI de Trauma do Hospital das Clínicas.

Além da fisioterapia motora, em razão da lesão no fêmur, Rodrigo será submetido a exercícios neurológicos, com atividades como soletrar palavras ao contrário. Atualmente, sua dieta é leve e só tomará medicação para dor quando sentir algum desconforto.

Segundo informações dos familiares do ex-BBB, ele também irá contar com a ajuda de fonoaudiólogos em sua recuperação. Tierno explica que pacientes com traumas de crânio costumam sofrer complicações com disfagias (dificuldade para engolir), fazendo com que estes profissionais sejam muito importantes no processo de reabilitação.

Tierno ressalta que, apesar de ter passado a fase mais crítica e dos riscos terem diminuído, existem riscos em toda internação prolongada, o que exige um acompanhamento próximo de toda equipe médica responsável pelo programa de reabilitação, geralmente coordenada por um médico fisiatra.

Com relação a possíveis sequelas, o médico informa que, do ponto de vista neurológico, o pior momento de uma pessoa que sofreu um trauma de crânio é aquele em que chega no hospital. E que existe o risco, nos primeiros dias, de um aumento da pressão intracraniana, o que não ocorreu no caso de Rodrigo. Ainda assim, não é possível descartar sequelas neste momento inicial de tratamento.

— Talvez ele fique com uma sequela, mas não existe como prognosticar neste momento. Em traumas de crânio, temos que esperar pelo menos seis meses para ter a real profundidade se haverá ou não uma sequela. Antes desse período, é precoce falar qualquer coisa. Não existe exame, é só o tempo, é ter paciência.

Ao ser resgatado, Rodrigo precisou ser reanimado pelos socorristas em razão de uma parada cardiorrespiratória. Tierno aponta que a parada em si não constitui mais um risco ao ex-brother, que foi algo resolvido na cena, provavelmente em decorrência de obstrução em via aérea ou algo pontual. Ele lembra, no entanto, que o risco em uma parada cardiorrespiratória é uma lesão neuronal em decorrência da falta de oxigenação, mas que isso, como as demais sequelas neurológicas, só poderá ser verificada em no mínimo seis meses.

As informações são do Extra.