‘Massacre do Presídio de Altamira’, que deixou 62 mortos, completa dois anos

O episódio conhecido como “Massacre do Presídio de Altamira”, a maior tragédia carcerária do Pará e a segunda maior do país, completa dois anos. Até esta quinta (29), as famílias ainda aguardam uma resposta da Justiça.

O padre Patrício Brennan, que atua na Pastoral Carcerária de Altamira, lembra do dia 29 de julho de 2019. Ele acompanhou a dor das famílias do detentos mortos no processo de identificação dos corpos, que foi demorado. “Ouvi mulheres gritando pelos maridos, ‘mataram meu marido’, elas diziam, é uma coisa que a gente não esquece, é triste o que aconteceu e é um dia que não deve ser esquecido”, afirmou.

A rebelião ocorreu no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará, e marcou a história do sistema penitenciário do estado, a partir de um conflito entre dois grupos rivais. Uma ala inteira ficou destruída, onde ficava uma cela container.

No presídio, 58 detentos foram mortos, a maioria, por asfixia. Dezesseis deles foram decapitados. Os líderes do motim foram transferidos para outras unidades prisionais do estado e até para presídios federais.

Durante a transferência para Marabá, um dia após o massacre, quatro detentos foram mortos dentro de um caminhão-cela. Ao todo foram 62 mortes.

Em dezembro de 2019, a Defensoria Pública Estadual ingressou com uma ação civil pedindo indenização por danos morais e materiais para as famílias do mortos e também aos presos que sobreviveram. Ainda não houve uma decisão da justiça sobre o pedido. Com informações do G1.