
A usina Kashiwazaki-Kariwa, a maior do mundo, situada na região de Niigata, no Japão, ganhou uma data oficial para retomar as operações após longos anos de paralisação provocados pelo terremoto e pelo tsunami de 2011. Segundo o presidente da TEPCO, Tomiaki Kobayakawa, o primeiro reator deve ser reiniciado em 20 de janeiro, sinalizando um passo significativo na retomada gradual da energia nuclear no país. A decisão foi divulgada após a aprovação da assembleia da prefeitura de Niigata, que permitiu a retomada parcial das atividades na unidade.
Aprovação regional abre caminho para a retomada
A decisão da assembleia provincial, que apoiou o governador de Niigata, foi encarada como o aval definitivo para o início do reinício. Ainda assim, movimentos de protesto ocorreram nas proximidades, com moradores expressando ceticismo sobre a segurança e a confiabilidade da operação da usina. A TEPCO também assumiu compromissos de investimento para a região, buscando tranquilizar a população e consolidar o apoio local.
Impactos para energia, segurança e economia
Especialistas apontam que a reativação de Kashiwazaki-Kariwa poderia ampliar o fornecimento de eletricidade para a região de Tóquio em cerca de 2%, contribuindo para a segurança energética diante da dependência de combustíveis fósseis. O Japão mantém a meta de elevar a participação da energia nuclear na matriz elétrica para cerca de 20% até 2040, como parte de esforços de descarbonização e redução de custos com importação de gás natural e carvão. A liderança do governo manifestou apoio à retomada como estratégia para fortalecer a segurança energética nacional.
Contexto histórico e próximos passos
Desde o desastre de Fukushima, o Japão tem reiniciado parte de suas usinas, com várias retornando à operação e outras em diferentes fases de aprovação. A Kansai Electric Power informou planos de estudo para uma nova unidade no oeste do país, marcando o interesse em expandir a capacidade nuclear. Ainda assim, a recuperação é acompanhada por debates sobre segurança, transparência e aceitação pública, refletindo a construção de um equilíbrio entre energia, proteção ambiental e custos de importação.





