O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República nas eleições deste ano, sugeriu nesta terça-feira (12) a criação de um ministério voltado para as questões indígenas caso seja eleito. As informações são do G1.
Lula deu a declaração ao visitar o acampamento indígena Terra Livre, em Brasília. O lançamento oficial da pré-candidatura de Lula ao Palácio do Planalto está marcado para 7 de maio. O PSB já indicou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como candidato a vice na chapa.
“Vocês me deram uma ideia. Ora, se a gente criou o Ministério da Igualdade Racial, se a gente criou [o Ministério] dos Direitos Humanos, se a gente criou o Ministério da Pesca, por que a gente não pode criar um ministério para discutir as questões indígenas?”, declarou Lula no acampamento indígena.
Atualmente, o órgão do governo federal responsável pelas políticas para indígenas é a Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça.
Indígenas de diversas regiões do país participam desde a semana passada passada do 18º Acampamento Terra Livre (ATL), considerado o maior encontro de etnias do país. O evento prosseguirá até a próxima quinta-feira (14) na área central da capital federal.
No discurso, o ex-presidente disse que o eventual ministério deve ser comandado por um indígena e não por um “homem branco” ou uma “galega, como a Gleisi”, referindo-se à presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
“Eu quero que vocês saibam. Não sei quem, mas se preparem. Alguém vai ter que assumir o ministério. E não vai ser branco como eu ou uma galega como a Gleisi. Terá que ser um índio ou uma índia”, disse Lula.
“Será alguém para poder dirigir da mesma forma que fizemos o Ministério da Igualdade Racial. Vão falar, vão dizer: ‘Ah, mas gastam muito, é preciso diminuir os ministérios’. Na verdade, o que eles não querem é que a sociedade esteja participando ativamente”, acrescentou o ex-presidente.
Durante o discurso, Lula disse que os governos do PT (2003-2016) não fizeram “tudo” o que deveria ter sido feito em relação às questões indígenas. “Mas, certamente, ninguém fez mais”, frisou.