Lula defende cooperação sul-americana contra o crime organizado na Mercosul, com foco em regulação digital e proteção às mulheres


Na Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, o presidente Lula destacou que enfrentar o crime organizado deve guiar as ações do bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, independentemente de alinhamento político dos governos.


Para ele, o enfraquecimento institucional abre brechas para atividades ilícitas, e citou um conjunto de iniciativas já em marcha entre os países da região. Entre elas, a criação de medidas institucionais de políticas de drogas, a assinatura de um acordo para coibir o tráfico de pessoas, o estabelecimento de uma comissão de implementação de uma estratégia comum contra o crime transnacional e a constituição de um grupo de trabalho dedicado à recuperação de ativos para dificultar o financiamento de crimes.


Ações conjuntas e regime de ativos

O presidente ressaltou que o bloco está avançando na cooperação operacional, na troca de informações e na coordenação de respostas a redes criminosas, buscando instrumentos que ataquem as fontes de financiamento e as cadeias de transição de pessoas e bens ilícitos.

Regulação digital e cooperação jurídica

Sobre crimes digitais, Lula defendeu a necessidade de regras que protejam crianças, adolescentes e dados pessoais, defendendo também a regulação do espaço online. Em parceria com o Uruguai, ele citou a intenção de convocar uma reunião de ministros da Justiça e da Segurança Pública de um fórum regional para intensificar a cooperação no tema.

Violência de gênero, democracia e riscos regionais

No debate sobre violência contra as mulheres — um desafio comum à região — o presidente lembrou que o continente registra altos índices de violência. Anunciou a ratificação de acordo que facilita a extensão de medidas protetivas a outros países do bloco e propôs, em parceria com o Paraguai, um grande pacto para reduzir o feminicídio.

Sobre o cenário internacional, Lula alertou para o risco de intervenção militar externa na Venezuela e destacou a importância de manter a região sob uma doutrina de paz e respeito ao direito internacional, evitando precedentes prejudiciais.

Além disso, o líder brasileiro ressaltou a defesa da democracia, destacando a superação de um momento de instabilidade interna com responsabilização de responsáveis pelo atentado de 8 de janeiro de 2023 dentro do devido processo legal.

Com informações da Agência Brasil.