Jovem ferido na barriga diz que foi vítima de ataque e isenta namorada

O jovem que sofreu um ferimento na barriga em uma praia de Guarapari, no Espírito Santo, há mais duas semanas diz que foi vítima de um ataque e isenta a namorada de qualquer responsabilidade sobre a agressão. O universitário Gabriel Muniz, de 20 anos, falou com a Record TV por telefone do quarto onde está internado num hospital particular de Vitória. Ele diz que não corre risco de vida. “Se Deus quiser, em menos de um mês estou em casa”, diz.

O caso ganhou projeção nacional nas redes sociais com a divulgação de uma série de especulações e até o vazamento de imagens da cirurgia a qual Muniz foi submetido. As versões que circularam atribuíram a autoria dos cortes à namorada dele, que, segundo esses relatos, seria estudante de medicina e teria retirado parte do intestino do rapaz. O universitário nega essa narrativa veementemente.

O caso aconteceu em Guarapari, cidade da região metropolitana de Vitória na madrugada de 16 de janeiro, um domingo. Muniz diz que estava junto com a namorada na praia do Ermitão. Eles se encontraram porque o jovem ia sair do país. “Eu tinha passagem comprada para os Estados Unidos. Eu ia viajar na segunda-feira (17) para estudar e ia passar no mínimo seis meses por lá”, afirma. Eles andaram por uma trilha e foram para um local mais afastado.

À reportagem, Muniz diz que ele e a namorada estavam embriagados, mas não quis dizer se eles fizeram uso de substâncias ilícitas. Pela embriaguez, o universitário afirma que não se recorda precisamente do que aconteceu, mas afirma que o casal foi surpreendido por um grupo de pessoas. “Até agradeço a Deus por não lembrar, minha mente bloqueia. Lembro apenas da sensação de ser segurado e de ter sido golpeado muitas vezes na cabeça e no rosto. Não me lembro do momento do corte no intestino.”

O universitário conta que teve o celular levado pelos agressores, mas que a namorada conseguiu encontrar o aparelho dela jogado na areia. Ela fez contato com a família e encontrou com o pai dela no meio do caminho da trilha. Eles então esperaram pela chegada do resgate.

Muniz afirma que os cortes que sofreu não foram cirúrgicos, como foi aventado em redes sociais. “Não foram de jeito nenhum cortes precisos; foram na altura do umbigo, mas foi com cacos de vidro de uma garrafa”, diz. O estudante diz que passou por um procedimento em que conectaram as partes do intestino com o reto. “Perdi uma parte do intestino, mas consigo viver com o que restou do trato intestinal. Já estou caminhando normalmente”, afirma. Depois da intervenção, ele teria passado uma semana na unidade de tratamento intensivo (UTI), sendo transferido para um quarto.

O universitário afirma que a namorada dele também sofreu lesões na cabeça e nos braços, mas ela também não se lembraria com detalhes do que ocorreu. “O estado dela era bem melhor que o meu. Eu lembro que me ajudou a chamar o socorro”, afirma Muniz. O jovem negou que a namorada dele seja estudante de medicina, como também foi veiculado em redes sociais.

Muniz diz ter concordado em falar com a reportagem dadas as versões que circularam nas redes sociais desde o último fim de semana. “Fico feliz de estar falando, vi o que estavam divulgando. Tinha várias histórias. Fiquei muito abalado.” Com informações do R7.