Jovem de 18 anos morre após treino do Exército; família alega negligência

Edilsio Morais da Silva Filho, de 18 anos, morreu, nesta quarta-feira (16), após treinamento no Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva, realizado pelo 9º Batalhão de Engenharia de Combate em Aquidauana (MS). Responsáveis pelo local confirmam que a morte do jovem foi após treino. A família do jovem alega negligência por parte das forças armadas.


Em conversa com o g1, o tio da vítima, Jean Ricardo Brites de Assunção, descreveu a imagem que a família tinha de Edilsio: “um jovem sorridente em busca do sonho de ser militar do Exército”, contou.

Conforme informado pela família da vítima, o jovem entrou para o curso da reserva do Exército nesta segunda-feira (14). Passados dois dias de treinamentos, levado à exaustão — conforme o tio da vítima—, na quarta-feira (16) Edilsio foi realizar uma corrida e, após o percurso, começou a passar mal.

Segundo o comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Combate em Aquidauana, tenente-coronel Braulio, o jovem teria feito uma corrida de 3 km, acompanhado de outros 19 alunos. No final do percurso, no alojamento, Edilsio começou a passar mal e foi atendimento pelo médico do Batalhão.

“Essa corrida que eles deram, de cerca de 3 km, muito tranquila. Ele não passou mal durante a corrida, mas depois de liberado ele apresentou alguns sinais de que ele não estava bem. Após veio o atendimento do nosso médico e foi evacuado pela nossa ambulância para o Hospital Regional de Aquidauana. Lá foi dado continuidade ao atendimento dele”, detalha Braulio.

Rotina de exaustão

“Ele entrou segunda-feira saudável e feliz da vida lá no quartel, andando, para começar o curso dele e ontem morreu. Com 18 anos, na flor da idade, toda saúde possível, os exames que foram feitos no hospital da cidade atestam que a saúde dele era perfeita”, lamentou o tio da vítima.

Já no primeiro, segunda-feira (14), enfrentou a exposição ao calor, pouca água, alimentação restrita e exercícios físicos intensos, conforme relatado pela família. A rotina pesada é descrita pelo próprio Edilsio para a mãe, por troca de mensagens enviadas depois das 23 horas. “Hoje foi doido. Teve um momento em que deram 30 segundo para ir no alongamento e voltar pra formação. Atrasei e me mandaram fazer uma redação de 50 linhas”.
Na conversa, o rapaz explica que só vai poder responder no fim do dia, nos poucos momentos que fica no alojamento. Na madrugada do primeiro dia, Edilsio não conseguiu dormir. Avisou a mãe que terminou a redação às 2h20 de terça-feira (15) e uma hora depois já estava acordado para fazer a faxina obrigatória no batalhão.

Já na manhã desta quarta-feira (16), Edilsio e os outros 19 alunos foram submetidos a mais uma sequência de exercícios físicos. Durante a atividade, no entanto, passou mal, precisou ser levado ao hospital da cidade e não resistiu. Com informações do G1