Na reportagem de domingo (25), o Fantástico mostrou a rede de criminosos que age no Discord, aplicativo muito usado por adolescentes. É um território sem lei, onde predadores estão à caça de menores de idade. A vítima passa a ser chantageada a cumprir desafios. Se ela não aceitar, fotos íntimas são vazadas.
Segundo informações do G1, um dos bandidos tem vários aparelhos de armazenamento e revela uma coleção cruel: “backup das vagabundas estupráveis”. Em cada pasta, o nome de uma vítima. São dezenas de meninas violadas, chantageadas, expostas, catalogadas.
Em uma dessas pastas há uma menina de Joinville, de apenas 13 anos. Em agosto de 2022, ela deixou um bilhete e fugiu de casa, atraída por um rapaz que conheceu no Discord. “No início só foram conversando, falando que era amigo dela, que ela poderia ir para lá, que ia ser muito legal, que não teria nenhum adulto enchendo o saco. Ele mandou um aplicativo de carona daqui para ela ir para lá. E no primeiro dia já, ele forçou relações com ela. Depois disso, foram para outra casa. Chegando lá, eles doparam ela e a forçaram novamente a ter relações. E bateram nela, cortaram ela”, conta a irmã da vítima.
Ainda de acordo com o G1, durante duas semanas, ela foi forçada a se drogar e a ter relações sexuais com diferentes agressores. Alguns desses crimes foram transmitidos também no Discord. Mas tudo isso só chegaria ao conhecimento das autoridades meses depois.
Vitor Hugo Souza Rocha, que mostrou o “backup das vagabundas estupráveis”, foi preso. A apreensão do HD e o depoimento dele ajudaram a Polícia Civil de São Paulo a confirmar a identidade de mais dois criminosos, além dele e de Carlos Eduardo, o DPE: Gabriel Barreto Vilares, o Law, acusado de ser uma das pessoas que violentaram sexualmente a garota de Joinvillle, e William Maza dos Santos, o Joust.