
Um anúncio do governo de Israel confirmou a aprovação de 19 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada, elevando para 210 o total de unidades na região. A medida ocorre em meio a uma série de projetos impulsionados pela coalizão de direita e é vista pela comunidade internacional como uma etapa que complica a viabilidade de um futuro Estado palestino, além de ampliar a prática de ocupação habitacional na área disputada.
O que foi decidido e quem decide
Entre as deliberações está a legalização retroativa de alguns postos avançados já existentes, bem como a criação de novos assentamentos em terras de onde palestinos já haviam sido evacuados. Dois locais citados são Kadim e Ganim, assentamentos que haviam sido desmantelados em 2005 durante a retirada de Israel da Faixa de Gaza. Segundo o Ministério das Finanças, a aprovação foi aprovada pelo gabinete em 11 de dezembro e mantida em sigilo até o momento.
Conexões com o processo de paz e a política externa
Analistas apontam que a decisão ocorre em um momento de muita pressão internacional, especialmente dos EUA, para avançar na segunda fase do cessar-fogo em Gaza. O plano mediado por Washington, que busca um caminho que leve a um acordo que inclua um Estado palestino, é visto por críticos como incompatível com a expansão de assentamentos na Cisjordânia, aumentando o atrito entre as partes.
Impactos humanitários e resposta internacional
A escalada de violência na região permanece intensa em meio ao endurecimento das políticas de ocupação. Dados da ONU indicam que durante a colheita de azeitonas em outubro houve uma média de oito ataques de colonos por dia, o maior nível registrado desde o início do acompanhamento sistemático de 2006. Em novembro, a tendência se manteve, com pelo menos 136 incidentes adicionais até 24 de novembro. Paralelamente, o Ministério da Saúde palestino informou a morte de dois jovens palestinos em confrontos com as forças israelenses na noite de sábado no norte da Cisjordânia: Rayan Abu Muallah, 16 anos, em Qabatiya, e Ahmad Ziyoud, 22, em Silat al-Harithiya. O Exército israelense afirmou que um militante foi morto após atirar contra tropas e que outro foi morto ao lançar explosivos; as circunstâncias seguem sob investigação.





