Em forte depoimento à revista Piauí, Fernando Grostein, irmão de Luciano Huck, revelou que sofreu violência sexual em momentos diferentes de sua vida. Além de ter sido estuprado duas vezes, Fernando também disse ter sofrido assédio sexual, ao ser forçado por amigos a transar com uma mulher para perder a virgindade. Ele ainda comentou que foi sequestrado por um garoto de programa quando ainda não falava sobre a sua sexualidade.
A entrevista foi feita pelo jornalista João Batista Jr, a quem Grostein confidenciou o seguinte: a primeira agressão aconteceu durante uma festa em uma boate, quando ele tinha apenas 14 anos de idade. “Eu era um adolescente com traços bastante andróginos. Quando tinha 14 anos, durante uma festa em uma boate, homens me seguraram à força e penetraram meu ânus com o dedo. Desde então, passei a anular o meu modo de ser: empostava a voz, para fazê-la mais grossa, e me reprimia na hora de caminhar, para parecer mais masculino”, disse.
O segundo crime aconteceu quando ele tinha 28 anos. “Porém, sobre este episódio não consigo falar ainda”.
Ataques de ódio
À revista, Fernando ainda comentou sobre os ataques e mensagens de ódio que vem recebendo ao longo dos anos. “A escalada das ameaças chegou ao ápice em 2018, meses antes das eleições presidenciais. Foi quando recebi via Facebook o seguinte recado: eu devia parar de falar de política, caso contrário o meu velório precisaria ser com o caixão lacrado. A mensagem não dizia de que modo me matariam, mas o recado era bem claro. Fiquei apavorado. Não era uma mensagem isolada: somava-se a uma longa série de acusações, perseguições e apagamentos”.
Ainda sobre os crimes sexuais, Fernando refletiu sobre homofobia e como tem tentado superar as questões. “Há vários modos de matar um gay” é o título do material na revista, que está disponível na íntegra. Grostein está realizando um documentário sobre a vida de Jair Bolsonaro.
Existem várias maneiras de matar um gay. Você pode matar um gay agredindo-o fisicamente ou tirando a dignidade dele, a ponto de não reconhecer seu próprio desejo como legítimo. Na adolescência, tive um grande amigo que também foi uma paixão. O máximo que conseguimos fazer foi nos masturbarmos um diante do outro, sem nos encostarmos. Depois de ejacular, apagamos a luz. Nunca mais tivemos coragem de falar nesse assunto. Às vezes, ele aparecia na minha casa sem avisar e ficava em silêncio. Poucos anos depois, meu amigo se matou. Não suportou a homofobia.Fernando Grostein
Com informações do Yahoo