Instituto Dona Lindu adota extração de leite à beira do leito na UTI Neonatal e fortalece vínculo entre mãe e bebê

SES EXTRAÇÃO BEIRA LEITO FOTO GUILHERME FRAGAS ()
Foto: Guilherme Fragas/SES

O Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), maternidade que integra o Complexo Hospitalar Sul (CHS), passou a adotar a técnica de extração de leite materno à beira leito, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A técnica consiste na ordenha do leite materno realizada pela mãe ao lado do filho, favorecendo o contato visual e físico.


Já adotada nas unidades Canguru (Ucinca), de Cuidados Intermediários Convencional (Ucinco) e de Cuidado Intensivo (UCI), a extração à beira leito visa proporcionar maior proximidade entre mães e bebês recém-nascidos que, por complicações de saúde, ainda não conseguem mamar diretamente no seio materno.

É o caso da pequena Estella, nascida prematuramente com 29 semanas de gestação. A mãe, Eliene Nóbrega, foi a primeira a aderir ao novo protocolo na UTIN. “Chego uma hora antes da dieta, faço a extração, manipulamos o pote, retiramos a quantidade indicada com a seringa e realizamos a gavagem”, explica.

A gavagem é uma técnica comum na UTI neonatal, em que o leite é administrado por meio de uma sonda inserida no estômago do bebê. Esse método é essencial para recém-nascidos com dificuldades de sucção, deglutição ou que usam sondas.

Benefícios emocionais e nutricionais

Além de assegurar que o leite seja oferecido ao bebê com suas propriedades protetoras intactas, sem interferência de processos de armazenamento e transporte, a extração à beira do leito tem impactos positivos também para a saúde mental da mãe. “A prática reduz o estresse, estimula a produção de leite e fortalece o vínculo com o filho”, explica a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud.

Capacitação e segurança

Segundo a coordenadora de enfermagem do IMDL, Maria Gracimar Fecury, a implementação da prática segue rigorosos protocolos de biossegurança. “Capacitamos enfermeiros, técnicos e a equipe da pediatria, além de orientar as mães para garantir um processo seguro e eficaz”, ressalta.

A supervisora de enfermagem da UTIN, Paula Macelly, destaca que a adesão é voluntária e depende da condição clínica da mãe. “Se ela está bem, consegue se movimentar e deseja participar, é autorizada. Nada é feito sem o consentimento dela”, explica.

O leite excedente coletado pelas mães é encaminhado ao Posto de Coleta de Leite Humano (PCLH) da unidade e, posteriormente, direcionado aos bancos de leite da rede estadual, fortalecendo ainda mais a política de incentivo ao aleitamento materno.

Com informações da assessoria