O já conhecido poder das séries e filmes em influenciar a forma como as pessoas se vestem, falam e até comem, sofreu grande impacto em 2020. Devido principalmente à pandemia, a população ficou mais tempo em casa, de frente para as telas de celulares, computadores e televisores, consumindo horas e horas de conteúdo. Uma experiência social dessa magnitude levanta questões sobre o resultado disso tudo na sociedade.
E foi atrás dessas respostas que o pessoal da Betway, site de roleta online, fez diversos palpites sobre as séries mais influentes do mundo e seu impacto no comportamento de quem assiste. Há quem diga que induz as nossas vontades em comprar, viajar ou até mesmo qual música ouvir. E há também quem vai além apontando que as nossas opiniões podem estar estritamente ligadas às séries que estamos “maratonando” no momento.
O real resultado disso e o tamanho da influência na vida dos usuários aparece em um estudo da Betway. A análise usa de duas grandes séries de sucesso, para exemplificar o quanto essas produções impactaram na vida das pessoas, por meio de dados de pesquisas na internet, pelas palavras chaves ligadas as produções “Gambito Da Rainha” e “The Crown”.
Gambito da Rainha ficou em primeiro no lugar no ranking de séries mais vistas em 63 países, como Argentina e Reino Unido. O sucesso foi tanto que a partir do momento de sua estreia, em 23 de outubro de 2020, causou um crescimento de 88% nas pesquisas de internet por xadrez, um tema presente na produção. Outra grande mostra da influência da série foi o fato de o livro que a inspirou e leva o mesmo nome, ter virado best seller 37 anos após seu lançamento.
Já a série The Crown causou um impacto ainda mais forte na opinião dos britânicos sobre a família real, como também em pesquisas sobre produtos, principalmente roupas, que ditam tendência no programa. The Crown estreou em 4 de novembro de 2016, e a partir daí buscas na internet por terno azul cresceram 1.000%, por laço na gola 2.900% e gola alta cresceu espantosos 7.000%.
A influência da série foi além e modificou o imaginário e a opinião da sociedade sobre a família real. O termo Rainha Elizabeth II, por exemplo, apresentou crescimento de 433% nas pesquisas, e sempre voltou a ser tendência na semana de estreia de cada uma das quatro temporadas. Outros termos como princesa Diana, cresceu 1.566%, e príncipe Charles cresceu 1.425%, na semana de estreia da quarta temporada.
Após a estreia, 35% dos britânicos que assistiram a série, passou a enxergar a família real “um pouco melhor”, ou “muito melhor”. O nome Margareth Thatcher foi 1.540% mais procurado nos três primeiros dias de estreia.
Para a psicóloga clínica, mestre e doutora pela Unesp, Deborah Perez “o ser humano é o que é ao estar no mundo: agir, produzir, consumir, relacionar-se… Dessa forma, há influência direta da produção midiática na nossa subjetividade”, explica.
“A imitação se dá de maneira natural, pois o ser humano é um gregário. Isso significa que somos naturalmente sociais e precisamos do outro para olhar para si, para identificar o que neles se parecem ou se diferenciam. Todo esse processo vindo das produções midiáticas funciona como uma âncora para o autoconhecimento”, completa a psicóloga.