
Decisão, parecer técnico e reavaliação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a manutenção provisória da escolta da líder do PSOL na Casa, Talíria Petrone (PSOL-RJ), após a parlamentar apresentar pedido de reconsideração da suspensão do serviço de proteção. A escolta havia sido suspensa no dia 8 de dezembro, segundo nota da Câmara, com base em um parecer técnico do Departamento de Polícia Legislativa Federal.
De acordo com a nota, o parecer técnico apontou não haver “ameaças recorrentes nem riscos à integridade física” da deputada. O documento levou em conta consultas à Polícia Civil e ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), além da Polícia Federal.
“O tema será reavaliado, à luz dos precedentes da Câmara e das novas informações fornecidas pela deputada”, informou a Casa, que determinou a manutenção da escolta até decisão final sobre o pedido de reconsideração apresentado por Talíria.
Posição da deputada e histórico de ameaças
Talíria Petrone afirmou que a retirada da escolta foi feita de forma unilateral e sem aviso prévio. A deputada recebe proteção desde 2020, quando começou a ser alvo de uma série de ameaças de morte que, segundo ela, seguem até hoje. Em nota, Talíria afirmou que inquéritos da Polícia Federal e da Polícia Civil estão em andamento para apurar os episódios.
“Nenhum desses procedimentos concluiu pela inexistência de risco. Nenhum identificou integralmente os autores das ameaças. Nenhum produziu laudo técnico de eliminação da ameaça. O conjunto desses processos evidencia risco contínuo, plural e crescente, incompatível com a suspensão da escolta”, disse a parlamentar.
A deputada disse ter contratado serviço de escolta privada para cumprir compromissos no Rio de Janeiro enquanto a questão estava indefinida.
Repercussão política e próximo passos
O episódio ganhou contorno político. Talíria esteve entre os articuladores que se mobilizaram contra a cassação do colega Glauber Braga (PSOL-RJ), que acabou suspenso por seis meses, e se posicionou contra o projeto aprovado na Casa que reduz penas relativos ao chamado “PL da Dosimetria”.
Segundo apuração, o presidente da Câmara também terá reunião com a equipe jurídica da Casa para avaliar este e outros casos correlatos. A medida provisória de manutenção da escolta valerá até a análise final do pedido de reconsideração apresentado pela deputada.
O que se espera
Com a reabertura do tema, a Câmara indica que considerará precedentes internos e as informações adicionais fornecidas por Talíria Petrone antes de proferir decisão definitiva. As investigações policiais em curso deverão continuar a ser referência para qualquer definição futura sobre a necessidade de proteção permanente.





