A fome vem aumentando no Brasil. Atualmente, 19 milhões de brasileiros acordam atualmente sem saber se vão conseguir alguma refeição para o dia. Dois anos atrás, eram 10 milhões.
Desde o início da pandemia, o arroz ficou 56% mais caro e o preço do feijão preto aumentou 71%. A saída para muitos brasileiros tem sido os grãos de segunda linha, como arroz fragmentado e feijão bandinha, que vem quebrados e com mais impureza.
Janaina, mãe solteira de quatro filhos, que perdeu o emprego que tinha no setor de limpeza de um shopping durante a pandemia, é uma delas. Apenas com os R$ 375 do auxílio emergencial como verba, ela foi atrás da doação: um quilo de pedaços de ossos que sobram da desossa do boi e ficam com um pouco da carne, cartilagem e gordura.
Muito usados para cozinhar com feijão, os ossos ajudam a dar uma encorpada no caldo que Janaina e a vizinha Eliana preparam juntas.
“Tudo aqui é feito no fogão à lenha agora, para a gente poder economizar gás. Nós ‘vai’ fazer esse panelão. A gente come agora e depois a gente separa em vasilinhas e guarda no congelador e vai tirando. Dá uns dois ou três dias para mim e para ela, certinho”, explica Janaina.
As informações são Fantástico / G1