
Em Honduras, a indefinição sobre quem ocupará a presidência após a votação de 30 de novembro persiste quase três semanas depois. Os Estados Unidos anunciaram a negação do visto de Marlon Ochoa, secretário do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), citando a demora na apuração dos resultados. A medida ocorre em meio a denúncias de fraude, falhas no escrutínio e acusações de interferência externa, ampliando o abalo à confiança no processo democrático hondurenho.
Contexto da apuração e da disputa pelo poder
A apuração gerou controvérsias desde o início, com falhas técnicas e questionamentos sobre a transparência do ciclo eleitoral. Até cerca de 99,4% das atas terem sido processadas, Nasry Asfura acumulava 40,52% dos votos, contra 39,20% de Salvador Nasralla, pelotões que sinalizam uma disputa apertada e um possível impasse institucional se a tendência se confirmar. Observadores apontam que problemas no sistema de resultados preliminares contribuíram para a desconfiança pública e para a politização do processo.
Repercussões internacionais e acusações de fraude
Autodeclaradas disputas entre candidatos e autoridades hondurenhas geraram uma onda de acusações de fraude. O presidente do Congresso Nacional, Luis Redondo, afirmou que o pleito foi marcado por pressões internas de organizações criminosas ligadas ao tráfico, pressões externas e pela violação da liberdade dos eleitores. A presidente Xiomara Castro também denunciou irregularidades, enquanto a cobertura internacional destacou falhas de informática ligadas à empresa ASD, apontando uma combinação de problemas técnicos e contestação política sobre a condução do processo.
A presença de incriminações mútuas entre os candidatos — Nasralla, Asfura e até o principal bloco apoiado por Xiomara Castro — reforça a percepção de que o resultado final pode depender de atos adicionais de apuração, judicialização ou acordos políticos que definam quem assume o poder.
Perspectivas para Honduras e próximos passos
Diante do impasse, atores políticos e instituições jurídicas devem definir caminhos para assegurar uma transição estável. Analistas apontam que a legitimidade do pleito depende de transparência na apuração, credibilidade das estruturas eleitorais e da capacidade de reduzir interferências externas. Enquanto isso, a decisão de negar o visto a uma autoridade do CNE sinaliza a compreensão de Washington de que atrasos prolongados e dúvidas sobre a integridade do processo podem ter repercussões diplomáticas e internas significativas.





