Estudo de Manaus investiga potencial anticancerígeno de substância para tratamento de leucemias

foto: Rafael Marques/HEMOAM

No Amazonas, um estudo avaliou a ação anticancerígena de uma substância de origem vegetal com poder de inibir células malignas. Uma série de experimentos com o derivado mostraram bons resultados para o sistema imunológico sem efeito tóxico significativo para as células saudáveis do corpo.

O estudo é fruto do Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Hematologia (PPGH), uma parceria entre Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

A autora da pesquisa, Regiane Costa Oliveira, identificou que o composto natural pode ser uma alternativa importante para o tratamento de leucemias. “No Amazonas, as neoplasias hematológicas possuem alta taxa de incidência e as alternativas de tratamento convencionais são limitadas, além dos efeitos colaterais da quimioterapia e custos elevados. Esses estudos são importantes para o tratamento alternativo e prognóstico de diversos tumores”, ressaltou a pesquisadora.

A substância investigada é derivada de uma planta nativa da África, que também pode ser encontrada nos EUA, Austrália e na Ásia, chamada de Oschrosia elliptica.

Os resultados prévios do estudo são importantes para futuras pesquisas de novos fármacos anticancerígenos, pois os dados sugerem efeitos com menos toxicidade ao paciente, além de um baixo custo em comparação aos tratamentos convencionais para leucemias.

“Este composto pode ser um bom candidato a ser explorado como uma substância anticâncer em futuras pesquisas médicas e farmacêuticas e também contribui para o desenvolvimento de novas formulações terapêuticas que poderão auxiliar no tratamento de leucemias agudas e crônicas”, exemplificou Regiane.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Virologia e Imunologia do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa), em cooperação com a Universidade de Helsinque, Instituto Nacional de Química da Ucrânia e Universidade Mohamed Bem Abdellah Fes, Marrocos.

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e o projeto Horizon 2020. O estudo está disponível em: mdpi.com/1420-3049/25/9/2130.