Em meio ao caos da pandemia no AM, falso policial fatura cerca de R$140 mil em desvio de oxigênio

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) deflagrou na última terça-feira (30), uma operação que resultou na prisão de Deborah Bruna Oliveira Assad, 23; Eduardo Rodrigues de Lima, 49; e João Victor Araújo da Silva, 26, investigados pelo crime de estelionato. O trio comercializava cilindros de oxigênio de uma Organização Não-Governamental (ONG) de maneira fraudulenta.

Em meio a crise de oxigênio que tomava conta do Amazonas, um trio de criminosos foi responsável por desviar mais de 60 cilindros doados e vender para benefício próprio. Um dos suspeitos se passava por policial e se infiltrou na ONG SOS Amazonas como voluntário e contava com a ajuda de outras duas pessoas para realizar o esquema.

De acordo com o delegado Denis Pinho, titular da  Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), os indivíduos recarregaram os cilindros de forma criminosa, desviavam, e, no déficit de oxigênio no Amazonas, vendiam por valores abusivos.

Durante a ação foram apreendidos nove cilindros, um veículo, que servia para o transporte desses cilindros, telefones celulares e dinheiro. As prisões ocorreram no bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus.

A delegada-geral da Polícia Civil do Amazonas, Emília Ferraz, explica que João Victor “se infiltrou em uma organização sem fins lucrativos. E lá de dentro começou a desviar oxigênio e revender a preços superfaturados, lucrando com a desgraça dos outros, com a necessidade dos outros de consumir oxigênio”.

Mensagens encontradas no celular de João mostram que ele chegou a vender cilindros pelo valor de cerca de R$ 6 mil, e que conseguia vender 10 a 15 cilindros facilmente durante o auge da pandemia. De acordo com a investigação, João Victor movimentou na conta bancária dele cerca de R$ 140 mil.

Com a diminuição de demanda no Amazonas, o grupo começou a agir em outros estados para a venda dos cilindros desviados, segundo a Polícia.

Procedimentos

O trio irá responder por estelionato. Ao término dos trâmites cabíveis, eles serão encaminhados à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficarão à disposição da Justiça.

Com informações da PC-AM