Edifícios se transformam em ‘telas gigantes’ para receber criações artísticas, em Manaus

foto: Marcio James

As empenas laterais dos edifícios Rio Madeira e Cidade de Manaus, localizados no bairro Centro da capital do Ceará, estão sendo transformadas em imensas telas artísticas para abrigar as criações dos artistas visuais Denilson Baniwa e Olinda Silvano. Essa iniciativa faz parte do Circuito Urbano de Arte (Cura), que estreia no Norte do país com o nome de Cura Amazônia.

Os murais podem ser apreciados a partir de um mirante montado pelo Cura no lado do Teatro Amazonas, no Largo São Sebastião, que oferece uma vista privilegiada das duas construções. O projeto conta com o apoio do Governo do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Marcos Apolo Muniz, Secretário da pasta, enfatiza a importância dessa iniciativa e destaca o compromisso do estado com as artes visuais e as interações culturais urbanas. Ele menciona exemplos anteriores, como a Galeria Cidade Aberta durante o Festival Folclórico de Parintins e intervenções urbanas em Manaus.

Os edifícios são transformados por Denilson Baniwa e Olinda Silvano, com o apoio do Cura Amazônia. Denilson, responsável pelo mural no prédio Cidade Manaus, expressa sua alegria em contribuir com uma arte que representa tanto a cultura Baniwa quanto a cultura amazônica. A inspiração para sua obra, intitulada “Piracema”, veio da conversa com a curadoria do projeto e do tema central dos rios da Amazônia.

No caso do edifício Rio Madeira, Olinda Silvano, uma influente liderança do povo Shipibo-Konibo, da comunidade de Cantagallo, em Lima, no Peru, retrata a cultura e os costumes de seu povo através da técnica ancestral de arte Kené, caracterizada por padrões geométricos. Sua obra “Cosmo e Energia Amazônica” explora a cosmologia e a estética indígena dos Shipibo-Konibo, incorporando rituais e tradições.