Dólar se aproxima de R$ 5,60 com remessas de lucros e dividendos ao exterior; Ibovespa recua e cenário de juros futuros pressiona o mercado brasileiro


Em meio a volatilidade global, o dólar mostrou fôlego e fechou perto de R$ 5,60 diante de fluxos que indicam envio de lucros e dividendos ao exterior. O câmbio encerrou o dia em R$ 5,584, alta de 0,99% em relação ao pregão anterior, depois de abrir em queda e inverter o curso com a abertura dos mercados nos EUA. Esse nível representa o mais alto desde 31 de julho. Em dezembro, a moeda avança cerca de 4,7%, porém acumula queda de quase 9,6% em 2025.


Ibovespa e o peso dos juros futuros

O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou aos 158.142 pontos, queda de 0,21%, interrompendo uma sequência de duas altas. O resultado aconteceu mesmo com a aprovação do Orçamento de 2026 pelo Congresso e com a arrecadação de novembro recorde. A alta dos juros futuros continua a pressionar as ações, e a incerteza sobre quando o BC começará a reduzir a Selic mantém o apetite por risco mais baixo.


Remessas, imposto e implicações para o câmbio

A partir de 1º de janeiro, remessas ao exterior passam a pagar 10% de Imposto de Renda, igualando-se à tributação de dividendos acima de R$ 50 mil por mês. Grandes empresas aproveitam os últimos dias de vigência da legislação atual para enviar recursos ao exterior, o que tende a sustentar a pressão de venda de câmbio. O cenário também é influenciado pela dúvida sobre o ritmo de cortes da taxa básica de juros pelo BC, que pode manter os juros futuros elevados e favorecer a migração de capital para a renda fixa.

Com informações da Agência Brasil.