‘Demora do auxílio emergencial dificultou combate à pandemia’, diz Witzel

O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel disse nesta quarta-feira (16) à CPI da Covid que a demora do governo federal para começar a pagar o auxílio emergencial, no ano passado, dificultou o combate à pandemia nos estados. As informações são do G1. 

Os primeiros casos de Covid no país foram registrados no fim de fevereiro de 2020. Em março, estados e municípios começaram a adotar as medidas de isolamento social, defendidas por autoridades sanitárias, porém atacadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

O auxílio, aprovado pelo Congresso, começou a ser pago pelo governo em maio.

“São várias declarações minhas que estão nos órgãos de comunicação a fim de que nós pudéssemos fazer com que o governo federal rapidamente aprovasse o auxílio emergencial, para que a população se sentisse acolhida. Se você pede para ficar em casa porque é necessário, e a população não tem uma resposta do auxílio emergencial na mesma agilidade que as medidas de combate à pandemia eram acionadas, evidentemente que você tem dificuldade de conduzir a pandemia. Então, demorou o auxílio emergencial”, afirmou o ex-governador.

Witzel disse ainda que o envio de verbas federais aos estados para a gestão da pandemia não foi suficiente.

“Não, não foi [suficiente]. Desde o começo da pandemia, os governadores clamaram pela aprovação rápida do auxílio emergencial. Sabíamos que haveria redução de ICMS, de ISS e que somente o governo federal é que pode lançar mão de recursos para encaminhar aos estados”, completou Witzel.

Witzel foi afastado do mandato e depois sofreu impeachment no ano passado. Ele é réu em processo que apura corrupção e lavagem de dinheiro. O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O ex-governador era aliado do presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Mas ao longo do mandato entrou em atrito político com o presidente, que se agravou na pandemia. Bolsonaro sempre atacou as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades sanitárias e adotadas por governadores para conter o vírus.

À CPI, Witzel também disse que Bolsonaro, na pandemia, “deixou os governadores à mercê da desgraça que viria”.