
A campanha eleitoral de Manaus foi marcada por um novo episódio polêmico nesta quinta-feira (26). A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação sobre disparos em massa de fake news direcionados ao candidato à Prefeitura de Manaus, Roberto Cidade (UB), que têm sido enviados via WhatsApp. As mensagens, enviadas por números de telefone registrados fora do país, contêm acusações graves e caluniosas contra o deputado estadual, visando influenciar negativamente o eleitorado. Conforme apurado pelo site Radas Amazônico.
Crescimento nas pesquisas e ataques coordenados
As denúncias foram feitas pela coligação “Manaus Merece Mais”, composta pelos partidos União Brasil (UB), Progressistas, Podemos (PODE), Republicanos, Partido da Mulher Brasileira (PMB), Partido da Renovação Democrática (PRD), e Partido Socialista Brasileiro (PSB). Segundo a coligação, os ataques começaram a se intensificar a partir de 12 de setembro, após o crescimento de Roberto Cidade em 11 pesquisas eleitorais realizadas na capital. Desde então, as mensagens caluniosas, que incluem frases como “Roberto Cidade e Wilson Lima estão saqueando o dinheiro do Estado do Amazonas” e “Querem fazer o mesmo na Prefeitura de Manaus”, têm sido disparadas em grande escala.
Além do conteúdo calunioso, as mensagens terminam com um claro pedido de “não-voto” em Roberto Cidade, violando diretamente as regras eleitorais. Segundo o advogado eleitoral Yuri Dantas, o caráter difamatório combinado com o pedido de não-voto configura uma violação da lei eleitoral. “Se o pedido de não-voto vier acompanhado de conteúdo difamatório, como é o caso, a legislação eleitoral proíbe os artifícios de disseminação em massa, além de proibir o uso de robôs e outras ferramentas automatizadas para atingir os eleitores”, explicou.
Investigação da Polícia Federal
Diante da gravidade das acusações e do impacto que isso pode causar no processo eleitoral, a coligação “Manaus Merece Mais” apresentou uma representação à Polícia Federal, que prontamente recebeu a denúncia e iniciou a investigação. A suspeita é de que os disparos de fake news estejam sendo realizados de maneira coordenada, utilizando aparelhos telefônicos conectados a uma mesma rede Wi-Fi, em um esquema planejado para prejudicar a candidatura de Roberto Cidade.
Além de investigarem a origem e os responsáveis pelos disparos, as autoridades também estão buscando apurar a prática de caixa 2 eleitoral, uma vez que o financiamento de tais ataques configura crime, segundo a legislação vigente. A coligação ressaltou a importância de coibir esse tipo de prática para garantir a lisura do pleito e o equilíbrio entre os candidatos, solicitando a apuração rigorosa dos responsáveis.
Fake News e a manipulação eleitoral
As fake news, infelizmente, tornaram-se uma ferramenta frequente em campanhas eleitorais, especialmente no cenário digital. O uso de mensagens caluniosas e difamatórias disseminadas em massa é uma tentativa clara de manipular a opinião pública e prejudicar a imagem de candidatos em ascensão, como é o caso de Roberto Cidade. O fato de as mensagens estarem sendo enviadas de números internacionais aponta para uma tentativa de dificultar a rastreabilidade dos responsáveis, mas as investigações da Polícia Federal podem trazer à tona a verdade por trás desse esquema.
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A gravidade do pedido de “Não-Voto”
Embora o pedido de voto ou não-voto seja uma prática comum em campanhas eleitorais, quando associado a mentiras e difamação, ele ultrapassa os limites da legalidade. As mensagens contra Roberto Cidade não apenas distorcem a realidade, mas buscam minar a credibilidade do candidato ao sugerirem envolvimento em crimes de corrupção, sem qualquer evidência ou fundamento.
Para garantir um processo eleitoral justo e transparente, é essencial que as autoridades coíbam rapidamente a disseminação de informações falsas e punam os responsáveis por essas ações ilícitas.