A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), prendeu, na quinta-feira (9), um homem, 38, por estupro de vulnerável praticado contra a própria enteada durante quatro anos. O crime iniciou quando a vítima tinha 7 anos, e se estendeu até os 11.
De acordo com a delegada Joyce Coelho, titular da Depca, as investigações iniciaram no dia 26 de setembro, quando um conselheiro tutelar buscou a delegacia e comunicou o fato criminoso. Ele relatou que foi acionado por um professor de jiu-jítsu da vítima, e informou que a adolescente estava sendo abusada sexualmente pelo padrasto.
“A vítima encontrou no professor uma forma de pedir ajuda, após sofrer abuso sexual durante vários anos, pois já havia contado o fato inúmeras vezes para sua mãe, que negou ajudá-la”, disse a delegada.
Conforme a autoridade policial, os abusos aconteciam quando a mãe dela estava no trabalho, ocasião em que o autor ficava a sós com a vítima. Ainda aos 7 anos, o indivíduo iniciou os abusos sexuais, e aos 10 anos, passou a agredi-la fisicamente como forma de facilitar esses abusos.
Uma vez a mãe da menina chegou a confrontar o indivíduo, mas ele alegou que ela estava ‘sonhando’, e a mulher acreditou e pediu para que a filha parasse de inventar histórias.
Ainda segundo a titular da Depca, pelo fato de se sentir desamparada, a menina pediu para praticar jiu-jítsu, futebol, e até estudar a tarde, período em que geralmente ficava sozinha em casa, tudo para passar mais tempo longe do local e, assim, evitar os abusos.
“O autor agia com muita agressividade, utilizava da violência física para cometer os abusos no dia a dia como também para ‘corrigir’ as atitudes da criança, além de sempre descredibilizar a palavra dela, dizendo que ela não era confiável”, relatou Joyce.
Prisão
As investigações iniciaram logo após a denúncia e foi possível constatar a veracidade dos fatos, sendo assim, foi representada à Justiça pela prisão preventiva do indivíduo, e a ordem judicial foi decretada pelo Poder Judiciário. Ele foi localizado e preso em uma via pública do bairro Morro da Liberdade, zona sul de Manaus.
A mãe da criança poderá responder pelo crime de omissão, que consiste na atitude de deixar de socorrer pessoas em situação de vulnerabilidade. Agora, a vítima está sob a tutela do pai, e passará por todos os atendimentos necessários.
Procedimentos
O autor responderá por estupro de vulnerável e lesão corporal no âmbito da violência doméstica. Ele será encaminhado à audiência de custódia, e ficará à disposição da Justiça.