CPI: Ministério da Saúde soube de escassez de respiradores no AM um mês antes de colapso

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo desmentiu o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello, em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (15) sobre a crise em Manaus. Campêlo afirmou que ligou para o então ministro no dia 7 de janeiro para avisar do iminente desabastecimento de oxigênio nos hospitais do estado. No mês passado, Pazuello declarou à Comissão que soube da falta do insumo na noite de 10 de janeiro. “Sobre oxigênio, especificamente, fiz uma ligação ao ministro no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer o oxigênio a Manaus, a pedido da White Martins (fornecedora)”, disse o ex-secretário. A orientação do ministro, segundo ele, foi para que fizesse contato com o Comando Militar da Amazônia, que ajudaria no transporte aéreo dos insumos. Com informações da Rede Brasil Atual.

Antes mesmo do depoimento do ex-secretário, a CPI da Covid já havia tido acesso a documentos que quase um mês antes, a partir de 18 de dezembro, o estado do Amazonas havia pedido 140 respiradores. E que duas semanas depois solicitou mais 78. Desse modo, a condição “bomba-relógio” que cercava a capital amazonense já estava dada muito antes de o governo federal começar a agir.

No dia 10, Campêlo relatou que se encontrou com Pazuello para tratar do “atendimento logístico”. O ministro então marcou uma reunião no dia seguinte com representantes da White Martins. O ex-secretário afirmou que os pedidos de apoio para Manaus foram reiterados em diversos ofícios enviados ao ministério da Saúde. “Enviamos ofício nos dia 9, 11, 12 e 13 ao ministério pedindo apoio em logística”.

“Não tenho conhecimento se houve resposta, acredito que não. Não houve resposta, que eu saiba (aos ofícios enviados)”, ressaltou o ex-secretário. A partir da reunião do dia 11, Pazuello teria designado um coronel para intermediar as tratativas com a fornecedora de oxigênio. “A White Martins pediu apoio logístico e a partir daí ministro designou Coronel Moura para fazer as tratativas”, acrescentou.