A CPI da Pandemia enviará um requerimento à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para esclarecer a confusão na partida entre Brasil e Argentina, interrompida neste domingo (5) em razão do descumprimento de protocolos sanitários . A informação foi divulgada pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), vice-presidente da CPI, em suas redes sociais.
Segundo o parlamentar, o ofício visa questionar a entidade “com quais autoridades o governo brasileiro fez ‘acordo’ para burlar as regras sanitárias da Anvisa”.
“ATENÇÃO! Vamos enviar requerimento à CBF, através da CPI da Pandemia, solicitando resposta para o seguinte:- Com quais autoridades o Governo Brasileiro fez “acordo” para burlar as regras sanitárias da ANVISA?”, publicou o senador.
ATENÇÃO! Vamos enviar requerimento à CBF, através da CPI da Pandemia, solicitando resposta para o seguinte:
– Com quais autoridades o Governo Brasileiro fez “acordo” para burlar as regras sanitárias da ANVISA?#CPIdaPandemia
— Randolfe Rodrigues 💉👓 (@randolfeap) September 5, 2021
Funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entraram no gramado da Neo Química Arena, em São Paulo, para determinar a deportação de quatro jogadores que não cumpriram quarentena . O jogo foi paralisado com apenas sete minutos do primeiro tempo. Pouco depois, a Conmebol comunicou a suspensão da partida e afirmou que a decisão final sobre o que vai acontecer caberá à FIFA.
A Anvisa informou nesta noite que se limitou a buscar o cumprimentos das leis brasileiras , obrigando quatro jogadores da seleção argentina a cumprirem a medida de quarentena. Por outro lado, destacou que nunca foi de sua alçada a decisão de interromper a partida contra o Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em São Paulo. A Anvisa ressaltou também que “teve sua atuação protelada” dentro do estádio.
“A ação da Anvisa, em síntese, se limitou a buscar o cumprimento das leis brasileiras, o que se limitaria à segregação dos jogadores e as suas respectivas autuações. A decisão de interromper o jogo nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da Agência. Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e ainda que prestaram informações falsas às autoridades, essa assim, sim, exigiu a atuação da Agência de estado, a tempo e a modo”, diz trecho da nota.
Segundo o texto, a Anvisa soube já na sexta que os jogadores prestaram informações falsas ao entrar no Brasil. No mesmo dia, notificou o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) e se comunicou com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde de São Paulo. Pelas regras sanitárias brasileiras, viajantes estrangeiros que tenham passado nos últimos 14 dias pelo Reino Unido, África do Sul e Índia estão impedidos de ingressar no Brasil.
Na tarde de sábado (4), houve uma reunião com representantes da Conmebol, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da deleção argentina, quando recomendou a quarentena dos quatro jogadores que prestaram informações falsas. “No entanto, mesmo depois da reunião e da comunicação das autoridades, os jogadores participaram de treinamento na noite do sábado”, diz trecho da nota.
Assim, na manhã deste domingo, a Anvisa acionou a Polícia Federal para tomar as providências necessárias. A agência informou que “até a hora do início do jogo envidou esforços, com apoio policial, para fazer cumprir a medida de quarentena imposta aos jogadores, sua segregação imediata e condução ao recinto aeroportuário. As tentativas foram frustradas, desde a saída da delegação do hotel, e mesmo em tempo considerável antes do início do jogo, quando a Anvisa teve sua atuação protelada já nas instalações da arena de Itaquera”.