Compras de última hora agitam o comércio popular em São Paulo: maior fluxo, ticket médio mais alto e expansão de mix no centro


O fim de semana que antecede o Natal está fortalecendo um movimento recorrente: consumidores que deixam as compras para o último minuto invadem as vias e os centros de compras da região central de São Paulo, principalmente na área do Brás. A dinâmica não é isolada: uma pesquisa divulgada pela CNDL e SPC aponta que 12 milhões de brasileiros devem fechar os presentes de Natal nessa faixa de tempo. O recorte paulistano ganha relevância pelo peso do comércio popular na cidade e pela multiplicação de ofertas de última hora.


Mercado do centro de SP: fluxo maior, trocas e promoções puxam as vendas

Lauro Pimenta, vice-presidente da Alobrás, destaca que o movimento é alimentado não apenas pela procura de itens novos, mas também por pessoas que precisam efetuar trocas de presentes. Essa motivação adicional costuma ampliar o giro de mercadorias e, consequentemente, as vendas na região central.


O estudo ressalta que 2025 tem apresentado números melhores do que o período anterior, com o público circulando em maior volume e gastando mais. O ticket médio, por exemplo, cresceu de cerca de R$ 175 em 2024 para perto de R$ 190 neste ano, contribuindo para o aumento do faturamento.

Atratividade do Natal: promoções, salários e planejamento de gastos

Especialistas indicam que promoções anteriores ao Natal, combinadas com o recebimento de salário e da segunda parcela do 13º, costumam estender o horário de compras e estimular decisões de última hora. A recomendação da CNDL é manter o foco no orçamento, definindo um teto de gastos para as compras que serão feitas nas últimas horas.

Casos práticos: Brás, Alobrás e Mega Plaza mostram o cenário regional

Na prática, a região central tem visto indicadores positivos. A Alobrás projeta um crescimento de cerca de 10% nas vendas entre seus 1,2 mil associados, já que na primeira metade de dezembro houve ganho de 8% frente ao mesmo período de 2024.

O Mega Plaza Shopping, com cerca de 200 lojas, registrou aumento de fluxo de aproximadamente 50% no período natalino e expansão de faturamento acima de 15%, com o ticket médio atingindo parcelas próximas de R$ 250. A renovação do mix, com a entrada de segmentos como cama e banho, decoração, ferramentas, maquiagem e lingerie, é apontada como um fator-chave para esse desempenho.

Antônio Almeida, diretor de marketing do empreendimento, afirma que o ano foi favorável e que a chegada de novas lojas contribuiu para uma maior diversidade de produtos e, consequentemente, para o impulso nas vendas do Natal.

Conclusões e perspectivas para o varejo popular

O conjunto de dados aponta que as compras de última hora continuam sendo um motor relevante para o comércio popular da cidade, com impactos diretos tanto no fluxo quanto no gasto por cliente e na composição de ofertas. O desafio permanece em equilibrar promoções, orçamento do consumidor e a qualidade da experiência de compra para quem busca resolver tudo nos últimos minutos.

Com informações da Agência Brasil.