China dispara foguetes no segundo dia de exercícios ao redor de Taiwan, elevando tensões regionais e impactos logísticos


No segundo dia de exercícios militares anunciados pela China ao redor de Taiwan, o país realizou disparos de foguetes contra zonas de treino próximas à ilha, ampliando as ações a níveis não vistos nos últimos oito meses. Os exercícios, batizados de Missão Justiça 2025, envolvem tropas de terra, mar e ar e o uso de munição real. Em Taiwan, autoridades reforçaram o controle do espaço aéreo e registraram o cancelamento de cerca de 76 voos domésticos para ilhas vizinhas, afetando aproximadamente seis mil passageiros.


Vídeos divulgados por órgãos militares chineses mostram lançadores em posição de combate, mísseis sendo disparados e caças decolando de diversas bases. As forças taiwanesas afirmam manter a vigilância e intensificar a defesa, enquanto o governo de Taipei condena as manobras e mantém a preparação das autoridades de proteção costeira e aérea.


Contexto estratégico e objetivos declarados

Especialistas destacam que o objetivo público das manobras é demonstrar prontidão diante de tensões com Taiwan e reafirmar a posição de Pequim sobre a questão, enfatizando a oposição a qualquer movimento de independência. O episódio ocorre em um ambiente regional tenso, com possíveis repercussões para aliados que acompanham a crise.

Impactos práticos para Taiwan e a região

Além do componente político, as ações militares provocam interrupções relevantes. O tráfego aéreo foi temporariamente restringido, com centenas de voos cancelados ou atrasados e milhares de passageiros impactados, o que também afeta a conectividade entre ilhas e pontos da costa. As autoridades taiwanesas reforçam a vigilância marítima e aérea para monitorar a atividade de combate próximo à ilha.

Ressonância internacional e contexto histórico

A crise se insere em décadas de disputas entre Pequim e Taipé desde a Guerra Civil, quando o governo nacionalista se refugia em Taiwan e mantém governo separado. Em meio a esse clima, os Estados Unidos aprovaram recentemente um pacote de venda de armas para Taiwan no valor de cerca de 11 bilhões de dólares, elevando as tensões com a China. Outros aliados, como o Japão, acompanham os desdobramentos com cautela e sinalizam que poderiam responder a ações agressivas.

Autoridades chinesas reforçam que o estreito de Taiwan continua sendo uma fronteira sensível e condenam qualquer envolvimento externo nas questões da ilha. Enquanto isso, a população local observa os desdobramentos com preocupação, consciente de que a escalada pode ter impactos diretos na vida cotidiana e no comércio internacional.