
O tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, deixou um rastro de morte e comoção: quinze pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante uma celebração do início do Hanukkah. Entre as vítimas, o casal Boris e Sofia Gurman tentou impedir o atirador e foi morto na calçada; a ação dos dois foi registrada por uma câmera de para-brisas que rapidamente circulou nas redes.
O que as imagens revelam
O vídeo mostra o instante em que Boris, com uma camisa roxa, parte sobre um dos agressores enquanto ele sai do veículo. A intervenção foi imediata e visou proteger as pessoas próximas, mas não houve êxito em tomar a arma. Tanto Boris, de 69 anos, quanto Sofia, de 61, foram baleados e não resistiram aos ferimentos, segundo confirmou a família.
A gravação, publicada por uma moradora de Sydney, passou a ser citada por familiares e autoridades como prova do gesto altruísta do casal. Em nota, parentes descreveram a dupla como pessoas que agiam instintivamente para ajudar o próximo e afirmaram sentir orgulho da coragem demonstrada nos momentos finais.
Outras intervenções e vítimas
Depois da ação do casal, outra pessoa conseguiu desarmar um dos atiradores, evitando que o número de vítimas fosse ainda maior. Esse cidadão — tratado como herói pelas autoridades locais — sofreu ferimentos e recebeu atendimento hospitalar. Ao todo, além dos mortos, dezenas precisaram de cuidados médicos: autoridades de saúde informaram que 22 vítimas permaneciam hospitalizadas, com várias em condição crítica.
Investigação e motivações
A polícia qualificou o episódio como um ataque motivado, indicando inspiração em ideologia extremista ligada ao Estado Islâmico; no carro usado pelos suspeitos foram encontradas duas bandeiras artesanalmente confeccionadas. Dois homens, pai e filho, são apontados como autores: o mais velho, que possuía licença de arma, morreu em confronto com policiais; o mais jovem foi detido com ferimentos e segue sob custódia médica.
Agências de inteligência monitoram possíveis conexões e investigam se houve apoio externo ou se os atentados foram planejados pelos próprios autores. Autoridades de outros países, incluindo Filipinas e Índia, informaram que estão cooperando com as investigações australianas.
Repercussão e contexto
O ataque ocorreu em um dia simbólico para a comunidade judaica e provocou repúdio internacional. Autoridades locais reforçaram a presença policial em áreas sensíveis e líderes lembraram que massacres em massa são raros na Austrália desde as mudanças nas leis de armas após Port Arthur, em 1996.
Enquanto a investigação prossegue, familiares, autoridades e moradores de Sydney destacam a coragem de cidadãos que, na cena do crime, arriscaram suas vidas para proteger os outros. O reconhecimento público aos que intervieram e a busca por respostas sobre motivações e eventuais cúmplices permanecem no centro das apurações.




