‘Carimbadores’: tio fazia vídeos do sobrinho autista, de 4 anos, chamando outros abusadores para a prática sexual com a criança

Fotos: Reprodução/Polícia Militar

A Polícia Militar do Amazonas (PMAM), por meio da Ronda Maria da Penha e da Força Tática, com apoio da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), prendeu dois homens, de 25 e 29 anos, suspeitos de abusar sexualmente de uma criança, autista não verbal, de 4 anos, no sábado (2), no conjunto Viver Melhor 2, zona Norte de Manaus.

As diligências iniciaram quando a equipe policial da Ronda Maria da Penha estava em fiscalização do cumprimento das medidas protetivas, quando foi acionada, via linha-direta da unidade, por um popular que pedia orientação de como denunciar um caso de pedofilia na capital.

Chamadas de vídeo

De acordo com a comandante da Ronda Maria da Penha, major PM Tatiana Souza, a denúncia apontava que o tio de um menino, de 4 anos, portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA), não verbal, exibia a criança em chamadas de vídeo para chamar outros abusadores para a pratica sexual com a criança.

“A equipe da Ronda Maria da Penha entrou em contato com a Depca, e eles começaram uma busca pela mãe da criança, localizaram a mãe da criança e, com o apoio da Força Tática os policiais militares da Ronda Maria da Penha, foram até a residência, e quando estavam entrando no prédio encontraram um dos indivíduos em atitude suspeita”, explicou.

Vídeos e conversas

Durante os procedimentos de abordagem, o suspeito ficou muito nervoso, ocasião em que foi constatado que ele estava com vídeos e conversas de abusos e divulgação de pornografia em seu aparelho celular.

“No apartamento constataram que criança estava sentada e o abusador (tio da vítima) estava só de toalha. Fizeram a condução dos dois até a delegacia especializada, lá foi verificado que ambos tinham imagens, divulgação de vídeos de pornografia, não só dessa criança, mas de outras crianças, além de videochamadas, diálogos, e foram conduzidos para a delegacia especializada, que nessa brilhante parceria efetuaram a prisão flagrante dos dois”, disse a major Tatiana.

Vulnerabilidade da vítima

A titular da Depca, delegada Juliana Tuma, informou sobre a vulnerabilidade da vítima, que não conseguia relatar à mãe os abusos sofridos. Durante o depoimento, a mãe contou que já havia notado alguns hematomas na criança e que ela ficava sob os cuidados do tio, que estava desempregado. A mãe não entendia o porquê disso e, quando questionado, o tio dizia que os hematomas poderiam ter sido causados na escola.

“Após serem presos pela Polícia Militar, eles admitiram a produção de material pornográfico, mas negaram o estupro de vulnerável. Suspeita-se que os dois sejam carimbadores, pois isso surgiu nos autos, indicando que eles são soropositivos e intencionalmente transmitem o vírus HIV. Durante as conversas, ficou evidente a materialidade dos crimes, pois estavam realizando chamadas de vídeo e transmitindo abusos sexuais via aplicativos de mensagens no momento da chegada da PM”, detalhou a delegada.

Autuados por 5 crimes

Conforme a autoridade policial, eles foram autuados pelos seguintes tipos penais: estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição de vulnerável, armazenamento, compartilhamento e produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, além da satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes.

Os suspeitos foram encaminhados para audiência de custódia e a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. “É importante ressaltar, também, que há a possibilidade de se tratar de uma organização criminosa maior. A Depca continuará essa investigação para identificar outros autores”, destacou a delegada.

Com informações da Polícia Civil e Militar do Amazonas