Caminhões usados em atos golpistas foram utilizados para tráfico de drogas e contrabando, diz relatório da PRF

Mais uma denúncia envolve os protestos de bolsonaristas que estão bloqueando as estradas Brasil afora depois da derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alguns dos caminhões utilizados para fazer o bloqueio já haviam sido utilizados para traficar drogas e transportar produtos contrabandeados e de crimes ambientais.

O jornal Folha de S. Paulo teve acesso a um documento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que provam as denúncias. O levantamento foi feito a partir de placas dos veículos que participaram de um comboio organizado por manifestantes em Cuiabá (MT) no dia 5 de novembro.

Um dos caminhões é de propriedade da Sipal Indústria e Comércio, que está na lista das empresas que financiam os movimentos antidemocráticos. Os donos da Sipal estão com as contas bloqueadas por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Um veículo da empresa teria sido apreendido em outubro último por transportar 2,9 toneladas de maconha e 103 quilos de skank na cidade de Palhoça (SC). Foram registrados oito caminhões da Sipal nos atos golpistas, alguns deles financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Outros líderes dos protestos com contas bloqueadas por Moraes e com veículos envolvidos em crimes em meses anteriores são da família Bedin.Um dos três caminhões registrados em nome de Evandro Bedin usados nos atos também foi pego pela polícia operando para contrabando, em 2018. Bedin aparece como proprietário do veículo no registro do boletim.

O caminhão usado por eles para bloquear as estradas já foi usado para transportar contrabandos em 2018. Ele trazia, do Paraguai, uma carga ilegal de cigarros.

Vanteir Pereira da Silva é outro líder golpista na mira da Justiça que tem um veículo que participou de outros ilícitos além dos protestos. Há um ano, o caminhão registrado em nome dele foi pego transportando produtos de crime ambiental no Mato Grosso. O motorista do veículo, na ocasião, foi autuado por transportar, adquirir e vender madeira, lenha e carvão sem licença válida.

Parte dos veículos que bloqueavam as estradas após a derrota de Bolsonaro foram levados a Brasília para integrar o ato golpista que se acumula em frente ao quartel do Exército. Com informações da Folha PE