Em meio a novas declarações contra o isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que a nova rodada do auxílio emergencial, que começará a ser paga em abril, é um “alento”, mas que o governo não pode garantir o ben efício por “muito tempo”, devido ao “endividamento da União”. Com informações do Valor Econômico.
“Temo por temas sociais gravíssimos, o auxílio emergencial é um alento”, afirmou durante o anúncio oficial do retorno do benefício, no Palácio do Planalto.
“É mais um endividamento da União, não era dinheiro que estava no cofre. E pesa para todos nós.”
Bolsonaro destacou ainda os repasses aos governos estaduais e prefeituras, que lhes garantiram resultados superavitários, e disse que eles não podem continuar porque iriam “desequilibrar a economia”. Presidente Jair faz o anúncio do auxílio emergencial no Palácio do Planalto.
Defendendo retorno à normalidade no momento em que o país lidera o ranking mundial de mortes diárias por covid-19, se aproximado de uma média de 3 mil óbitos por dia, o presidente disse que “o Brasil tem que voltar a trabalhar, a população tem que voltar a trabalhar”.
Ele voltou a criticar as medidas necessárias para conter o avanço do vírus e disse que as restrições impostas por governadores e prefeitos “têm superado em muito até mesmo o que seria um estado de sítio no Brasil”. “O estado de sítio não é o presidente que decreta, ele pode até mandar o decreto para o Parlamento, mas só depois que Câmara e Senado concordem é que entraria em vigor”, afirmou.
“Política de isolamento, de medidas restritivas, de toque de recolher, com supressão do direito de ir e vir, extrapolam em muito até mesmo um estado de sítio.”
Bolsonaro repetiu que “pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão” e que não sabe “onde o país vai parar” se a pobreza continuar aumentando, porque, segundo ele, “a fome mata mais que o vírus”.
“Temos assistido, em vários países da Europa, uma fadiga, um stress em relação ao lockdown. A população quer e precisa trabalhar. Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com este tipo de política”, acrescentou.
O presidente, antes cético sobre as vacinas contra a covid-19, também disse que gostaria de ter avançado mais com a imunização. Ele defendeu, porém, que o Brasil está em posição “bastante privilegiada” no mundo em relação ao ritmo de vacinação.