Aterro sanitário de Manaus está com os dias contados, revela comissão da Aleam

A Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realizou visita técnica ao Aterro de Resíduos Sólidos de Manaus (AM-010, Km 19) e constatou que o local tem apenas três anos de vida útil, com encerramento das atividades em 2024. A visita foi proposta pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão e autor da Emenda Constitucional nº 93 de 5 de maio de 2016, já incluída na Constituição do Estado, que cobra a aplicação da Política de Saneamento Básico, no Amazonas.

A informação de que o complexo encerra suas atividades em 2024 foi confirmada pelo gerente operacional do Aterro de Resíduos Sólidos de Manaus, o engenheiro civil Peter Luiz Maia Costa. Segundo ele, apesar do prazo, o complexo pode ter sua área de atuação expandida, prolongando, dessa maneira, o uso do local em até 20 anos. Outra solução apontada é a implantação do aterro, em outro local.

“Há a possibilidade da instalação do aterro em outra área, entretanto, um aterro, geralmente, é projetado para durar 30 anos, uma obra de médio a longo prazo. A escolha do terreno não é uma tarefa fácil, pois existe a questão ambiental e social, com impacto de vizinhança. Por mais que seja um aterro planejado, com toda a infraestrutura, obedecendo as normas de engenharia sanitária, os moradores do entorno não querem ter como vizinho um aterro. Mas, de modo preventivo, já estamos elaborando, também, um estudo de ampliação do complexo com uma projeção de mais 20 anos de vida útil, a partir de 2024”, afirmou o engenheiro civil Peter Luiz Maia Costa.

Para o deputado estadual Sinésio Campos, com a constatação do término de vida útil do aterro, em três anos, é preciso escolher junto com a população de Manaus e entidades ligadas ao tema, sobre um novo local para destinação dos resíduos sólidos. “Essa é uma discussão que devemos ter junto com a sociedade, para que seja implantado um aterro sanitário controlado com base nas tecnologias mais atuais, garantindo um investimento seguro. A aplicação da Política de Saneamento Básico, na capital e interior, é uma luta que travo há alguns anos, inclusive, sou autor da Emenda Constitucional de número 93, de 5 de maio de 2016, já incluída na Constituição do Estado, que cobra a aplicação dessas medidas”, concluiu Sinésio.

O local, que atualmente possui uma área de 66 hectares, recebe o lixo da cidade desde o ano de 1985, mas, a tecnologia para manejo de resíduos sólidos foi empregada em 2006. Mesmo assim, a Cachoeira Alta do Tarumã e igarapés como o da ponte da Bolívia e Conceição foram contaminados pelos dejetos do complexo.

Além da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Aleam, estiveram presentes na visita técnica o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Secretaria de Estado Do Meio Ambiente (Sema),

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) e o prefeito de Manaus, David Almeida (do Avante).

Com informações da ALE-AM