Ataques russos com mais de 450 drones e 30 mísseis deixam mais de 1 milhão de casas sem luz na Ucrânia


Ataques russos com mais de 450 drones e 30 mísseis deixam mais de 1 milhão de casas sem luz na Ucrânia

Ofensiva atingiu subestações, portos e geradores; regiões de Odessa e Mykolaiv são as mais afetadas enquanto reparos seguem limitados por risco de novos ataques

Uma série de ataques russos com drones e mísseis danificou a infraestrutura energética da Ucrânia e deixou mais de um milhão de residências sem fornecimento de energia, informou o Ministério do Interior ucraniano. As ofensivas também feriram civis e provocaram cortes no abastecimento de água em diversas regiões, segundo autoridades locais.


Escala e responsabilidade

O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que “o inimigo usou mais de 450 drones de ataque e 30 mísseis de vários tipos” durante a operação. “É importante que todos vejam agora o que a Rússia está fazendo… pois isso claramente não tem a ver com o fim da guerra”, acrescentou, responsabilizando Moscou por alvos civis e infraestrutura essencial.


Alvos e danos à infraestrutura

O Ministério do Interior e autoridades regionais relataram danos a subestações, linhas de transmissão e instalações portuárias. Em Odessa, o ataque atingiu áreas do porto e provocou um incêndio em armazéns de grãos. A maior empresa privada de energia da Ucrânia, a DTEK, informou que 20 subestações foram danificadas na região.

No norte, a cidade de Chernihiv foi atingida mais de 30 vezes durante a noite, segundo o chefe da administração militar regional, Vyacheslav Chaus. Em Saratov, no sul da Rússia, autoridades regionais disseram que vários apartamentos foram atingidos, resultando em pelo menos duas mortes, conforme o governador Roman Busargin.

Impacto regional e serviços essenciais

O ministro do Interior, Ihor Klymenko, descreveu os golpes como “dolorosos ao setor energético”. Ele destacou que a situação mais crítica no fornecimento de eletricidade é observada nas regiões de Odessa e Mykolaiv. Em Kherson, mais de 140 mil clientes ficaram sem energia; o abastecimento de água teve cortes e foi reduzido a cerca de quatro horas por dia enquanto equipes trabalham nos reparos.

Em Mykolaiv, o prefeito Oleksandr Senkevych definiu os ataques como “um dos mais massivos” recentes, com ao menos cinco feridos na região. O Ministério da Energia ucraniano alertou que cortes programados e apagões rotativos estão ocorrendo em várias áreas do país.

Resposta das equipes de emergência e contexto político

Devido à ameaça de novos ataques, equipes de resgate tiveram de interromper o combate a incêndios em determinadas áreas. Para proteger os bombeiros, as autoridades relataram o uso de métodos remotos, como equipamentos robóticos e geradores de espuma. O Ministério da Defesa russo, por sua vez, afirmou ter interceptado mais de 40 drones ucranianos durante a noite.

Os ataques ocorrem em meio a movimentações diplomáticas: o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, preparava-se para se reunir com Zelensky e autoridades europeias em Berlim para tratar do avanço de um plano americano de acordo de paz. Analistas apontam que, com a chegada do inverno, a Rússia intensificou ações visando paralisar a infraestrutura energética ucraniana, ampliando o impacto humanitário e a pressão sobre populações civis.