Ataque em Bondi Beach reforça agenda de combate ao extremismo e antissemitismo na Austrália


Um ataque a tiros durante a celebração de Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney, deixou 15 mortos e dezenas de feridos, conforme as autoridades. As investigações iniciais apontam motivação extremista associada ao grupo Estado Islâmico. O atirador mais velho morreu em confrontos com a polícia, e o mais jovem permanece hospitalizado em estado grave.


Medidas prometidas pelo governo

O primeiro-ministro Anthony Albanese informou em coletiva que o governo apresentará um conjunto de medidas para erradicar o antissemitismo e conter o extremismo. Entre as prioridades estão ampliar competências para monitorar pregadores extremistas, negar ou cancelar vistos de indivíduos que disseminem ódio ou fomentem a divisão, e criar uma lista de organizações cujos líderes participam de discursos de ódio.


Além disso, o governo planeja criminalizar a difamação grave com base na origem étnica, tornando esse crime federal. A iniciativa busca dificultar a propagação de mensagens que incentivem violência e discriminação.

Matilda e o luto da comunidade

A morte da menina de 10 anos, reconhecida por familiares como o raio de sol da família, foi marcada por um funeral na comunidade judaica de Sydney, com a presença de parentes, amigos e líderes comunitários. A família, que chegou da Ucrânia para a Austrália antes da invasão russa, pediu privacidade neste momento de dor.

O rabino que conduziu o serviço destacou a gentileza da menina ao ler uma mensagem enviada pela escola, descrevendo Matilda como alguém que iluminava o dia de todos com um sorriso contagiante.

Investigações e contexto regional

As autoridades também analisam se os pais do atirador e o filho suspeito se reuniram com extremistas durante uma viagem às Filipinas. Relatos de habitantes locais indicam que os dois permaneceram pouco tempo fora do quarto do hotel, alimentando a especulação sobre vínculos com redes extremistas.

O episódio reacende o debate sobre o antissemitismo na Austrália e a necessidade de ações firmes para coibir o ódio, sem comprometer direitos civis. O tiroteio de Bondi representa o pior ataque desse tipo na Austrália desde o massacre de Port Arthur, em 1996, e serve como alerta para a implementação de reformas que vão além do controle de armas, incluindo educação e combate ao discurso de ódio.