
Um recorde foi registrado pela Receita Federal: a arrecadação federal total em novembro atingiu 226,75 bilhões de reais, o maior resultado para o mês já observado. Em termos reais, o desempenho representa avanço de 3,75% ante novembro de 2024, descontada a inflação pelo IPCA. No acumulado de janeiro a novembro, a arrecadação totalizou 2,59 trilhões de reais, com alta real de 3,25%.
Recorde mensal e os principais impulsos do desempenho
O resultado de novembro foi influenciado pela combinação de atividade produtiva robusta, especialmente no setor de serviços, pela elevação de tributos como o IOF, e pelo dinamismo da arrecadação previdenciária. Além disso, o desempenho do PIS/Cofins, com impacto de regulações recentes sobre apostas online, contribuíram para o saldo positivo. Os tributos federais cobrem Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas, contribuição previdenciária, IPI, IOF e o PIS/Cofins, entre outros, incluindo também receitas de royalties e depósitos judiciais que integram o total.
Para o conjunto de receitas administradas pela Receita Federal, o mês de novembro ficou em 214,39 bilhões de reais, com alta real de 1,06% frente ao mesmo período do ano anterior.
Acumulado do ano e efeitos de medidas excepcionais
No acumulado de janeiro a novembro, a base de comparação é influenciada por eventos não recorrentes de 2024. Em 2024 houve um recolhimento extra de 13 bilhões de reais do IRRF sobre Rendimentos de Capital relacionado a fundos exclusivos, e mudanças na tributação de fundos de investimentos fechados e de renda obtida no exterior por offshores, sancionadas em 2023. Além disso, houve recebimentos atípicos do IRPJ e da CSLL—4 bilhões em 2024 e 3 bilhões no acumulado deste ano. Sem esses pagamentos atípicos, a Receita Federal apontou um crescimento real de 4,51% para o período janeiro a novembro de 2024.
Entre os destaques do ano, o IOF acumulado de janeiro a novembro de 2025 somou 77,55 bilhões de reais, alta de quase 19,9% em relação ao mesmo intervalo de 2024. A arrecadação de PIS/Cofins atingiu 528,85 bilhões de reais no acumulado, com avanço de 2,79% ante o mesmo período do ano passado, fortemente influenciado pela regulação das apostas digitais que entrou em vigor em 2025. As receitas de apostas virtuais, por sua vez, registraram ganho expressivo, subindo de 62 milhões para 8,82 bilhões no acumulado do ano.
Apesar do recorde, alguns componentes apresentam desaceleração: IRPJ/CSLL subiu apenas 1,44% e o IPI avançou 0,57%, refletindo uma indústria ainda relativamente estável. Em outros territórios, a passagem de moedas estrangeiras, operações de crédito para pessoas jurídicas e operações com títulos mobiliários contribuíram para a alta, segundo a Receita Federal, que destacou alterações legislativas como fator relevante para o desempenho do período.
Com informações da Agência Brasil.





