Arquivos Epstein: documentos divulgados pelo governo dos EUA revelam encontros de Bill Clinton com Jeffrey Epstein e novas fotos com celebridades


Na esteira de uma lei recentemente aprovada, o governo dos EUA tornou públicos centenas de milhares de páginas de documentos ligados ao caso Jeffrey Epstein. A liberação, que acompanha registros de investigações e correspondências, reacende o debate sobre justiça, poder e transparência em um episódio que expõe uma rede de exploração sexual envolvendo menores no início dos anos 2000.


O que revelam as imagens envolvendo Bill Clinton

Entre o material divulgado há registros que apontam encontros entre Epstein e o ex-presidente Bill Clinton. Em algumas fotos, Clinton aparece em situações sem contexto claro: numa imagem ele surge numa banheira de hidromassagem ao lado de alguém com o rosto borrado; em outra, ele está num avião ao lado de uma mulher usando camisola, com o rosto ocultado. Há ainda uma fotografia em que Clinton é visto abraçado a Epstein durante um jantar formal. A divulgação não esclarece onde ou quando as imagens foram tiradas nem o objetivo das cenas.


Um porta-voz de Clinton, Angel Ureña, afirmou que o ex-presidente rompeu relações com Epstein muito antes das investigações ganhar notoriedade pública, rechaçando a leitura de que as fotos estariam diretamente ligadas a ele. O material, no entanto, permanece como registro de encontros de décadas atrás.

Celebridades, artistas e outras figuras nos arquivos

O conjunto de documentos também traz registros de encontros de Epstein com figuras do entretenimento, como Michael Jackson e Mick Jagger. Em algumas fotos, Jackson aparece com óculos escuros ao lado do empresário; em outra imagem, o músico participa de um jantar com Clinton e Jagger. A imprensa internacional aponta ainda a presença de Diana Ross e do ator Chris Tucker em outros registros. Em geral, o contexto dessas cenas permanece sem explicação oficial.

Segundo veículos como a BBC, várias imagens mostram Epstein ao lado de personalidades diversas, sem que exista confirmação sobre o momento exato de cada registro ou o grau de envolvimento específico de cada um dos retratados.

Brasil: menções no material e o que vem a seguir

O material também traz duas referências ao Brasil. Em uma comunicação de janeiro de 2005, Epstein recebe um recado para ligar para o telefone de uma mulher, com o assunto Brasil; o nome da remetente aparece censurado. Em outro documento, há uma nota manuscrita sugerindo que uma mulher pode ter sido fotografada sem saber, com a identidade também ocultada. Essas menções mostram que a investigação atravessou fronteiras e interesses globais.

O Departamento de Justiça já informou que continuará liberando centenas de milhares de páginas nos próximos dias e semanas, mas não todo o conjunto de arquivos. Parte do material pode permanecer fora do alcance público para proteger informações sensíveis, como dados de vítimas e investigações em curso. A divulgação busca equilibrar transparência com proteção de pessoas envolvidas.

Contexto histórico e implicações políticas

Jeffrey Epstein foi acusado de abusar de centenas de meninas e, após acordos questionados pela Justiça, acabou preso em 2019. Ele morreu na prisão meses depois, em circunstâncias oficialmente registradas como suicídio. O caso ganhou nova repercussão durante a avaliação pública da liberação de arquivos promovida pela administração de Donald Trump, que indicou ter interesse em tornar mais transparente o escrutínio sobre as ações de Epstein e suas relações com pessoas influentes. Documentos revelados recentemente contêm também referências a conversas e e-mails envolvendo Trump, o que intensifica o debate sobre o grau de conhecimento do presidente sobre os fatos à época.