
Em uma decisão considerada decisiva para o tratamento da obesidade, a FDA aprovou a versão oral do Wegovy, fármaco à base de semaglutida já utilizado em uso injetável. A iniciativa promete facilitar o dia a dia de pacientes com obesidade ou sobrepeso que apresentem comorbidades, com previsão de chegada ao mercado americano no início de 2026. Segundo a Novo Nordisk, a pílula oferece uma dose diária prática que pode alcançar resultados de perda de peso comparáveis aos da injeção. O governo dos EUA já fechou acordo para ofertar o tratamento em comprimidos, com custo inicial de cerca de 150 dólares mensais, o que representa uma redução expressiva frente às opções injetáveis. A OMS, por sua vez, havia sinalizado o papel relevante dos GLP-1 nesse conjunto terapêutico.
Como funciona a terapia em comprimido e o que muda para pacientes
O Wegovy em comprimido atua no mesmo mecanismo da versão injetável, ao atuar como agonista de GLP-1 para reduzir o apetite e promover saciedade, contribuindo para a perda de peso e melhoria de comorbidades. Por ser diário, requer adesão constante e pode apresentar diferenças na absorção, o que leva a orientações de uso específicas para maximizar a eficácia e minimizar variações na resposta individual. Efeitos colaterais comuns incluem desconfortos gastrointestinais como náusea, diarreia ou constipação, além de monitoramento médico para evitar complicações em pacientes com condições pré-existentes.
Cenário global e o que esperar no Brasil
A aprovação nos Estados Unidos chega em um momento em que especialistas veem o uso de fármacos GLP-1 como uma ferramenta estratégica no combate à obesidade, além de diabetes. A novidade pode estimular negociações de preço, apetite por seguros de saúde e políticas públicas de tratamento de peso no Brasil, onde o acesso a terapias de alto custo ainda é desigual. A expectativa é de que as autoridades de saúde e planos de saúde avaliem custo-efetividade, possibilidade de incorporação em programas públicos e modelos de uso que combinem regimes orais com monitoramento clínico, buscando ampliar o alcance sem comprometer a sustentabilidade dos sistemas de saúde.





