Anac avalia aumento de voos no Santos Dumont; Paes critica impacto no Galeão em debate sobre relicitação


Uma reunião entre a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e empresas aéreas, realizada no Rio de Janeiro, tratou de possibilidades de ajustar as operações dos aeroportos da cidade de forma técnica e operacional. Entre os cenários em estudo está a ampliação do número de voos no Santos Dumont, com reflexos diretos no Galeão, uma vez que mudanças na demanda podem redistribuir passageiros entre os terminais. Em 2023, o governo federal estabeleceu um teto de 6,5 milhões de passageiros por ano para o Santos Dumont; desde então, o Galeão tem observado variações no fluxo de embarques e desembarques.


O equilíbrio entre Santos Dumont e Galeão: relicitação, contratos e prazos

De acordo com a Anac, a flexibilização das operações no Santos Dumont vem sendo discutida desde junho de 2025 e integra o processo de repactuação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do Galeão. O caminho envolve uma relicitação por meio de leilão, com venda assistida prevista para 30 de março de 2026. O lance mínimo foi fixado em R$ 932 milhões, e a Infraero manterá 49% da participação. A agência ressalta que o objetivo é alinhar interesses públicos, com o acompanhamento de órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU) e orientação do Ministério dos Portos e Aeroportos.


Paes e a resposta das autoridades

Nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes criticou a suposta atuação “às escuras” da Anac, dizendo que ampliar voos no Santos Dumont prejudicaria o Galeão. Em resposta, a Anac afirmou ter recebido com surpresa as declarações e garantiu que todos os atos são conduzidos por meio de processos transparentes, com documentação e auditoria. O Ministério dos Portos e Aeroportos informou que eventual aumento de capacidade no Santos Dumont deve ocorrer de forma gradual, sempre alinhado ao interesse público, e que a relicitação do Galeão faz parte do cronograma de leilão para 2026.

Impacto para a logística e o setor produtivo

Representantes da Firjan e da Fecomércio-RJ apontaram a necessidade de considerar a logística de acesso ao Galeão ao discutir mudanças no teto de passageiros do Santos Dumont. A Firjan enfatizou políticas de incentivo para melhorar a conectividade com o Galeão, incluindo o transporte de cargas, que vem apresentando crescimento expressivo. A Fecomércio-RJ, por sua vez, destacou que flexibilizar demais o teto pode comprometer a previsibilidade regulatória e a coerência da política pública, mesmo diante de uma demanda potencialmente maior. Com informações da Agência Brasil.