
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o acordo entre Mercosul e União Europeia tem a sua última chance durante a Cúpula de Líderes do Mercosul, marcada para este sábado em Foz do Iguaçu (PR). Segundo Lula, se não houver avanço neste momento, o Brasil não fará mais concessões durante seu mandato para viabilizar o texto, anunciando uma posição firme diante das dificuldades para fechar o acordo, sobretudo em relação aos termos de produção agrícola. Ele informou ainda que a reunião foi remarcada para 20 de dezembro a pedido da União Europeia, após ser informado sobre pressões internas na França e na Itália que dificultam a aprovação no curto prazo.
Contexto estratégico e próximos passos
As negociações entre Mercosul e UE foram concluídas em dezembro do ano anterior, encerrando décadas de conversas. No entanto, o texto precisa passar pelos parlamentos dos dois blocos, o que pode enfrentar resistência, especialmente pela França, que sinaliza objeções a pontos ligados à produção agrícola e a compromissos sanitários e ambientais.
Diplomacia regional e tensões externas
Durante a reunião, Lula comentou preocupações com o aumento de tensões entre Estados Unidos e Venezuela. Ele pediu cautela com as ações do governo americano e enfatizou a necessidade de uma política de paz na região, defendendo o diálogo entre lideranças para evitar escaladas. O presidente ressaltou que o Brasil pode favorecer caminhos de aproximação entre o presidente Donald Trump e Nicolás Maduro, se houver vontade de conversar, destacando que o poder da palavra pode valer mais do que o poder da arma.
Salto de qualidade nas políticas públicas
No campo interno, Lula defendeu um salto de qualidade nas políticas públicas, afirmando que é obrigação do governo ser transparente sobre o que já foi feito. Citou o Bolsa Família como uma política estruturante do Brasil, não apenas um programa de governo, e disse que o país segue em um cenário amplamente favorável, mesmo que as pesquisas não reflitam plenamente esse impulso devido à polarização.
Calendário legislativo e perspectivas
O presidente ressaltou que a aprovação do acordo depende da convergência entre parlamentos e da capacidade de construir acordos entre aliados. Caso não haja consenso até o sábado, a discussão pode ganhar contornos de reavaliação estratégica, com impactos tanto para o ritmo das negociações quanto para o calendário político interno.
Com informações da Agência Brasil.





