EUA realizam ataques contra o Estado Islâmico no noroeste da Nigéria com consentimento de autoridades locais; Trump reage com promessa de combate ao extremismo


Uma ofensiva dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no noroeste da Nigéria foi anunciada como parte de uma operação para neutralizar o ISWAP, braço regional do grupo ligado ao EI. Segundo o Comando África das Forças Armadas dos EUA, as ações ocorreram no estado de Sokoto com a anuência do governo nigeriano. Autoridades locais não divulgaram números de vítimas ou danos, mas o contexto nacional é marcado por violência que atinge cristãos e muçulmanos em diferentes regiões, especialmente no norte de um país historicamente dividido por tensões religiosas.


Contexto regional e objetivos da ofensiva

Especialistas apontam que o ISWAP ganhou notoriedade por ataques capeados em áreas com menor controle estatal, dificultando a governança local. A ofensiva norte-americana é apresentada como parte de um esforço para degradar a capacidade de ataque do grupo. A Reuters informou que aeronaves de reconhecimento dos EUA vinham operando sobre grandes áreas da Nigéria desde o fim de novembro, sinalizando uma preparação tática para ações mais contundentes.


Reação local e panorama de segurança

O governo nigeriano destacou que grupos armados continuam a mirar tanto muçulmanos quanto cristãos, afastando uma leitura simplista sobre uma confrontação religiosa. As autoridades enfatizaram a cooperação com os Estados Unidos para fortalecer as próprias forças de segurança. Nesta quinta-feira, Maiduguri, capital de Borno, registrou ataque suicida que deixou cinco mortos e 35 feridos em uma mesquita; até o fim do dia, ninguém havia reivindicado a autoria.

Discurso de Trump e implicações estratégicas

No dia de Natal, o ex-presidente Donald Trump publicou mensagem no Truth Social elogiando a ofensiva e afirmando que os EUA agem sob seu comando para impedir o avanço do extremismo. Ele comentou que ataques teriam sido executados com técnica considerada “perfeita” e sugeriu que novas ações ocorreriam caso o massacre de cristãos continuasse. Ao mesmo tempo, Trump já havia feito declarações anteriores sobre a possibilidade de intervenção militar caso a violência seguisse, o que alimenta um debate sobre riscos e limites da participação estrangeira em questões de segurança interna da Nigéria.

O que está em jogo e próximos passos

Analistas indicam que é crucial observar como Abuja e Washington vão calibrar a cooperação futura, bem como os impactos práticos sobre a população civil. A Nigéria enfrenta uma paisagem de segurança complexa, com regiões no norte dominadas por muçulmanos e no sul por cristãos, além de militantes que operam principalmente em Sokoto e Borno. O desdobramento da ofensiva pode influenciar políticas regionais, inclusive no que diz respeito a apoio humanitário, compartilhamento de inteligência e treinamento das forças locais.