
Uma mudança relevante para o cenário de tecnologia e regulação ganhou contornos nesta semana: a ByteDance assinou acordos vinculativos para transferir o controle das operações do TikTok nos Estados Unidos para uma nova empresa sediada no país. A operação visa atender exigências regulatórias e evitar a proibição do aplicativo, encerrando meses de incerteza sobre o futuro da plataforma no maior mercado de publicidade digital do mundo.
Nova estrutura de controle e participação acionária
A nova TikTok USDS Joint Venture LLC ficaria com 80,1% da empresa resultante, enquanto a ByteDance manteria 19,9%. Investidores americanos e internacionais já identificados incluem Oracle, o fundo Silver Lake e a MGX, com sede em Abu Dhabi. O valor de avaliação da nova entidade foi citado anteriormente em cerca de 14 bilhões de dólares, embora o montante final não tenha sido confirmado no anúncio.
Segundo um memorando interno da operação americana, os termos seguem, em grande parte, o que já havia sido sinalizado em setembro, quando a administração de então sinalizou desinvestimento para atender à legislação aprovada no ano anterior. O acordo também aponta que o desinvestimento atenderia às exigências da legislação de 2024 que prevê a venda de ativos nos EUA por controladores chineses.
Impactos e perspectivas
Analistas avaliam que a reestruturação reduz o risco de ban ao separar a gestão de dados sensíveis do controle acionário. A nova entidade deverá cumprir supervisão regulatória mais direta nos EUA, com foco em governança de dados e conformidade com normas locais. No mercado, a notícia provocou reação positiva entre investidores: as ações da Oracle subiram quase 6% no pregão de sexta-feira, medida em parte atribuída ao acordo.
Contexto histórico e próximos passos
Desde agosto de 2020, o TikTok tem estado no centro de disputas políticas entre EUA e China, com a administração de Donald Trump buscando impedir seu funcionamento por preocupações de segurança nacional. O acordo anunciado nesta semana representa um desfecho importante, mas o fechamento depende de aprovações regulatórias, ajustes operacionais e a conclusão das etapas de desinvestimento previstas na legislação de 2024. O desempenho da empresa no mercado americano ficará sujeito a vigilância contínua de autoridades e do Congresso.





