Petrobras renova contratos de quase US$ 18 bilhões com Braskem para fornecimento de nafta, etano, propano e propeno por até 11 anos


A renovação de contratos entre Petrobras e Braskem, uma das maiores petroquímicas do mundo, soma cerca de US$ 17,8 bilhões (aproximadamente R$ 98,5 bilhões) em fornecimentos de matéria-prima e foi comunicada às imobiliárias investidores na noite de quinta-feira (18). Os acordos, de longa duração, vão até 2036 e visam renovar contratos que estavam prestes a vencer, com ajuste de volumes e condições feito com base em referências internacionais. A Braskem figura entre as maiores petroquímicas globais e a Petrobras detém 47% das ações com poder de voto da empresa.


Detalhes dos contratos: nafta petroquímica

O acordo de nafta petroquímica envolve o abastecimento para as unidades da Braskem em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. O contrato estabelece uma retirada mensal mínima, com possibilidade de ampliar as quantidades mensalmente. As entregas poderão alcançar 4,116 milhões de toneladas em 2026 e 4,316 milhões de toneladas em 2030. O valor estimado é de US$ 11,3 bilhões, com vigência de cinco anos a partir de 1º de janeiro de 2026.


Etano, propano e hidrogênio: fornecimento para a planta no Rio

Outra linha contratual envolve etano, propano e hidrogênio para a unidade da Braskem no Rio de Janeiro. Entre 2026 e 2028, o acordo mantém a quantidade atual de 580 mil toneladas por ano em termos de eteno equivalente, com produção a partir da Refinaria Duque de Caxias (Reduc). De 2029 a 2036, há previsão de aumento para 725 mil toneladas por ano em eteno equivalente, para apoiar a expansão prevista da Braskem, com fornecimento a partir da Reduc e/ou do Complexo Boaventura (antigo Comperj). O valor estimado é de US$ 5,6 bilhões, com vigência de 11 anos, a partir de 1º de janeiro de 2026.

Propeno: origem nas refinarias Reduc, Capuava e Alberto Pasqualini

No terceiro acordo, a Braskem contará com propeno produzido nas refinarias Reduc, Capuava (SP) e Alberto Pasqualini (RS). A quantidade contratada varia por unidade: até 140 mil toneladas por ano na Capuava e 100 mil na Reduc, com escalonamento na refinaria Alberto Pasqualini nos anos seguintes (14 mil, 24 mil, 36 mil, 48 mil e 60 mil toneladas, respectivamente). O valor estimado é de US$ 940 milhões, com vigência de cinco anos, a partir de 18 de maio de 2026.

Cenário estratégico: Braskem e o contexto financeiro

A Braskem está sob a controladora Novonor (antiga Odebrecht), que atualmente atravessa um processo de recuperação judicial para renegociar dívidas. A Novonor fechou acordo de exclusividade com um fundo de investimentos — Shine, assessorado pela IG4 Capital — que assumiria parte das dívidas da Braskem em troca de controle acionário de 50,111% das ações com voto. A Petrobras informou que acompanha os desdobramentos e pode exercer ou não os direitos previstos no acordo de acionistas, como direito de preferência ou tag along, dependendo de como a operação evolua. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já ressaltou publicamente o potencial da petroquímica para o grupo.

Próximos passos e leitura para o setor

Os contratos renovados trazem maior previsibilidade para a cadeia de suprimentos de matérias-primas na indústria petroquímica brasileira e ajudam a sustentar a operação de Braskem diante de um ambiente de demanda volátil. Resta auferir como a negociação entre Novonor e o fundo Shine se desenrolará, e se a Petrobras decidirá manter ou exercer seus direitos estratégicos. Com informações da Agência Brasil.

Com informações da Agência Brasil.