Democratas pedem que Trump desista de tarifaço ao Brasil e repudiem tentativas de minar a democracia brasileira; governo Lula comemora recuo parcial de tarifas


Em meio a tensões comerciais, legisladores dos EUA intensificaram a pressão sobre a administração de Donald Trump em relação ao Brasil, ao mesmo tempo em que o governo de Lula obtinha uma vitória diplomática com a derrubada parcial de tarifas americanas. A ação dos democratas reflete um debate interno no Partido sobre como adaptar as relações bilaterais após meses de medidas punitivas que atingiram setores brasileiros.


Carta de democratas pede desvio de estratégia e defesa da democracia

Uma carta enviada ao presidente Trump, assinada por 50 congressistas do Partido Democrata, defende que os EUA sugiram uma agenda comercial que estimule desenvolvimento sustentável, proteção ambiental e direitos trabalhistas, ao invés de adotar tarifas que penalizam o Brasil. Os signatários ressaltam a importância do Brasil como parceiro estratégico na região e pedem aprofundar a cooperação.


Além disso, eles criticam os argumentos usados pelo governo para justificar o tarifaço, incluindo a alegação de perseguição a Bolsonaro pela Justiça brasileira. A carta afirma que tais táticas minam a democracia e prejudicam a liderança dos EUA na América Latina.

Acordos, pressões e o recuo parcial das tarifas

Mesmo com a pressão política, o governo de Lula obteve, no final de novembro, a retirada de tarifas de 40% aplicadas a mais de 200 produtos brasileiros. A Casa Branca anunciou a isenção para itens como carne bovina, café, açaí e cacau, entre outros, vinculando a medida a entradas nos EUA a partir de 13 de novembro. A decisão fez parte de uma lista de exceções ao tariffão ampliado, fruto de negociações entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Especialistas destacam que a retirada parcial reduz o impacto imediato das tarifas, mas não elimina completamente o atrito tarifário entre as duas maiores economias da região. Enquanto isso, o STF manteve o escrutínio sobre Bolsonaro, condenado anteriormente pela corte a mais de 27 anos de prisão, com a detenção ocorrendo na sede da Polícia Federal em Brasília já ao final de novembro.