Trump anuncia que estuda decreto para reclassificar a maconha nos EUA e abrir caminho para pesquisa, crédito e menos punições


O presidente dos Estados Unidos afirmou que estuda um decreto para reclassificar a maconha sob a lei federal, uma mudança que, se adotada, alteraria a forma como a planta é tratada pelo governo — ampliando pesquisas, reduzindo barreiras financeiras para o setor e potencialmente atenuando punições criminais, sem transformar o produto em legal a nível nacional.


O que a reclassificação significa na prática

Hoje, a maconha figura na categoria mais restritiva da Lei de Substâncias Controladas, onde ficam drogas consideradas de alto risco e sem uso médico reconhecido. Remover ou mover a cannabis dessa lista tornaria mais simples para universidades e laboratórios obter licenças e insumos para investigação clínica e farmacológica.


Do ponto de vista econômico, a mudança poderia facilitar que bancos e investidores institucionais operem com empresas do setor — atualmente muitos evitam o mercado por risco regulatório e penal, obrigando produtores a recorrer a crédito mais caro e operações em espécie. Analistas e agentes do mercado registraram alta nas ações ligadas à cannabis logo após as declarações.

Mesmo com a reclassificação, a droga não seria automaticamente legalizada pelo governo federal. Estados e municípios já aplicam regimes próprios: alguns autorizam uso medicinal; outros, uso recreativo. Um decreto federal poderia, porém, aliviar conflitos entre normas estaduais e federais e reduzir penalidades federais aplicadas por posse ou distribuição em certos casos.

Quem decide e quais são os próximos passos

A execução ficará submetida a órgãos federais, como a Administração de Repressão às Drogas (DEA) e o Departamento de Justiça, que precisam avaliar recomendações técnicas e legais antes de qualquer medida. A Casa Branca informou que a proposta está em análise e que não houve decisão tomada até o momento.

Especialistas apontam que o processo inclui avaliações científicas, consultas administrativas e, possivelmente, disputa judicial ou política caso a norma avance. No Congresso, a pauta da cannabis segue polarizada: há apoio bipartidário para desconstruir barreiras à pesquisa e ao acesso a serviços financeiros, mas resistência persiste em parcelas conservadoras.

Impacto social e político

Além do efeito imediato no mercado, uma reclassificação federal teria repercussões no campo da justiça criminal, onde defensores esperam redução de condenações relacionadas à droga e possibilidade de revisão de penas. Para o eleitorado, a iniciativa pode ser vista como tentativa de resposta a demandas por modernização das políticas sobre drogas e estímulo à inovação farmacêutica.

O presidente já havia mencionado a intenção anteriormente, e a repetição do tema reacende expectativas entre empresários, pesquisadores e investidores. Ainda assim, a trajetória da proposta depende de avaliações técnicas, pressões políticas e de eventuais vetos ou limitações legais que venham a ser impostos durante o processo.