
A Prefeitura de Manaus anunciou, nesta semana, uma redução de 29% nas mortes no trânsito da capital em 2025. O levantamento, divulgado pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), compara os meses de janeiro a 1º de setembro de 2024 e 2025 e mostra que o número de óbitos caiu de 236 para 167.
Apesar da queda, quem vive e circula pelas ruas de Manaus ainda enxerga um cenário marcado por motoristas impacientes, direção perigosa e desrespeito às regras básicas de segurança. Em muitos casos, motoristas insistem em dirigir sem habilitação, colocando em risco a própria vida e a de terceiros. Só na última segunda-feira (1º), a cidade registrou três mortes em acidentes de trânsito em menos de 12 horas — um retrato cruel da violência diária nas vias.
O que dizem os números oficiais
De acordo com o balanço do IMMU, os atropelamentos passaram de 64 para 58 casos, uma redução de 9%. Entre motociclistas, que concentram o maior número de vítimas fatais, a queda foi de 24% — de 104 para 79 registros. Ainda assim, a motocicleta continua sendo o veículo mais envolvido em acidentes fatais.
As avenidas José Lindoso e Torquato Tapajós lideram o ranking das mais perigosas neste ano, com nove mortes cada. Em seguida aparecem a avenida Cosme Ferreira, com oito óbitos, e as avenidas Brasil e Rodrigo Otávio, com seis registros cada.
Fiscalização mais intensa
Para tentar conter os índices de violência no trânsito, a Prefeitura intensificou operações como a “Cavalo de Aço”, voltada a motociclistas, que já realizou mais de duas mil abordagens em 2025. As ações resultaram em 615 autuações por infrações como ausência de capacete, condução sem CNH e veículos sem condições mínimas de segurança. Mais de 80 motocicletas foram removidas das ruas.
Outra frente é a operação “Carga Pesada”, que fiscaliza veículos de transporte de carga. Até julho, foram mais de 1.430 abordagens e mais de mil autuações por irregularidades como pneus carecas, cargas mal acondicionadas e licenciamento vencido. Setenta caminhões foram removidos nesse período.
Segurança viária ainda é desafio
Além da fiscalização, a Prefeitura reforçou os trabalhos de sinalização e ampliou o monitoramento eletrônico em diferentes pontos da cidade. Mesmo assim, a sensação entre os manauaras é de que ainda há muito a ser feito para transformar o trânsito em um ambiente mais seguro.
O diretor-presidente do IMMU, Arnaldo Flores, reconheceu o avanço, mas reforçou que o problema está longe de ser resolvido:
“Cada uma das 167 pessoas que morreram nas ruas da nossa cidade este ano representa uma perda irreparável. Nosso compromisso é seguir trabalhando intensamente para salvar vidas. A meta, por mais ousada que seja, é reduzir esses índices a zero”, afirmou.
Realidade nas ruas
Enquanto os números oficiais mostram uma redução, o dia a dia da população ainda é marcado por impaciência, desrespeito às leis e tragédias constantes. A morte de três pessoas em menos de 12 horas, nesta semana, reforça que a violência no trânsito de Manaus permanece como um grave problema de saúde pública e exige mais consciência dos condutores e investimentos contínuos em segurança viária.





