Recentes revelações divulgadas pelo site RealTIme1, mostram que a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) da Prefeitura de Manaus gastou mais de R$ 6 milhões este ano, em pagamentos a sites e portais sem critérios claros, muitos dos quais apresentam sinais evidentes de serem “fantasmas” ou sem nenhuma audiência real.
Um levantamento detalhado, feito pelo RealTime1, apontou sites com nomes completamente fora de contexto e realidade jornalística, atualizados exclusivamente com releases oficiais da própria prefeitura, sem qualquer conteúdo jornalístico original. Esses sites apresentam baixíssima ou nenhuma atualização nas redes sociais, praticamente nenhum tráfego.
Nas pautas oficiais da Prefeitura, em várias ocasiões, diversos “repórteres” também já foram flagrados realizando transmissões fakes, com microfones desligados, alguns fingindo interagir com o público enquanto as supostas lives sequer eram transmitidas ou tinham uma audiência pífia. Essas ações reforçam ainda mais o caráter duvidoso e a total ausência de comprometimento ético e profissional dos envolvidos.
Entre os exemplos estão blogs que já recebeberam mais de R$ 370 mil, em 2025, e diversos outros com pagamentos substanciais, porém sem a contrapartida de alcance ou relevância na comunicação digital da cidade.
A ausência de audiência e relevância levanta questões sérias sobre a real intenção por trás desses pagamentos milionários. Se o objetivo declarado da Semcom é divulgar ações da Prefeitura e informar a população, qual seria o motivo lógico para sustentar esses sites praticamente inexistentes em termos de visibilidade e impacto?
Este cenário contrasta fortemente com a existência de outros projetos jornalísticos legítimos, bem estruturados, com jornalistas capacitados e formados, e que possuem audiência comprovada, mas não recebem recursos compatíveis ou sequer são considerados pela Prefeitura.
Diante desses fatos, a transparência da gestão municipal fica profundamente comprometida. Afinal, sem critérios técnicos e objetivos claros, os milhões investidos parecem atender mais a interesses particulares ou políticos do que a um serviço público efetivo de comunicação.
É essencial que órgãos de controle e fiscalização como a Câmara Municipal e seus vereadores eleitos para fiscalizar, Ministério Público do Amazonas e Tribunal de Contas do Amazonas, atuem com rigor, exigindo explicações claras e imediatas sobre esses pagamentos, garantindo que o dinheiro público não seja usado para alimentar blogs fantasmas ou esquemas que possam beneficiar apenas interesses privados ou políticos em detrimento do interesse coletivo.
PDF com lista de pagamentos a sites e blogs levantada pela equipe do site RealTime1
As informações são do portal RealTime1
