O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a cooperação entre o Brasil e países africanos em discurso na abertura da 37ª Cúpula da União Africana, na manhã deste sábado (17), em Adis Abeba, na Etiópia.
“A luta africana tem muito em comum com os desafios do Brasil. Mais da metade dos 200 milhões de brasileiros se reconhecem como afrodescendentes. Nós, africanos e brasileiros, precisamos traçar nossos próprios caminhos na ordem internacional que surge”, destacou.
Segundo Lula, o Brasil vai ampliar o número de bolsas ofertadas para receber estudantes africanos nas instituições públicas de ensino superior e está disposto a desenvolver programas educacionais na África e a promover intenso intercâmbio de professores e pesquisadores. “Vamos colaborar para que a África possa se tornar independente na produção de alimentos e energia limpa”, ressaltou.
Ainda conforme o presidente, os 400 milhões de hectares espalhados por mais de 25 países tem potencial para fazer da África um grande celeiro para o mundo, viabilizando políticas de combate à fome e produção de biocombustíveis,
Lula falou ainda de parcerias nas áreas de saúde. “Vamos trabalhar com o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças para enfrentar doenças tropicais negligenciadas. Teremos como meta a ampliação do acesso a medicamentos, evitando a repetição do “apartheid” de vacinas que vimos na COVID-19”.
No discurso, Lula abordou, ainda, o conflito entre Israel e Palestina, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o aumento da representatividade africana em organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).